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SAÚDE NA UTI
Após intervenção, ministério anuncia criação de gabinete de crise e a reabertura das emergências de alguns hospitais
Avião da FAB levará remédio para o Rio
FABIANE LEITE
DA SUCURSAL DO RIO
O Ministério da Saúde começou
ontem a colocar em prática sua
"operação de guerra" na rede municipal de saúde do Rio, após a decretação do estado de calamidade
pública pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Foi criado um
gabinete de gestão de crise que já
anunciou a contratação temporária de pessoal, compra emergencial de medicamentos, realocamento de funcionários e equipamentos de unidades federais para
os hospitais municipais e até o uso
de aviões da Aeronáutica para trazer equipamentos e medicamentos de outros Estados.
Dos seis hospitais que estão sob
intervenção federal, três (Cardoso
Fontes, Souza Aguiar e Lagoa) já
começaram a receber medicamentos, equipamentos, material e
pessoal deslocados de unidades
federais. As outras três unidades
(Miguel Couto, Ipanema e Andaraí) devem começar a receber ajuda neste fim de semana.
No Cardoso Fontes, em Jacarepaguá (zona oeste), já foi possível
reabrir a emergência, fechada
desde fevereiro, com a chegada de
equipamentos e pessoal de apoio
deslocados do Into (Instituto de
Traumato-Ortopedia), unidade
federal no Rio.
O ministério também anunciou
a imediata criação de uma emergência 24 horas no Into, para onde outros hospitais poderão enviar pacientes. Para isso, foi necessário reduzir naquela unidade
50% dos atendimentos que não
são emergenciais.
"Vamos desencadear uma operação de guerra, colocando a FAB
[Força Aérea Brasileira] para requisitar equipamentos e medicamentos de outras unidades", disse o ministro Humberto Costa.
A pasta promete ainda ativar
um sistema de transporte de urgências e acusou a prefeitura de
manter 17 ambulâncias cedidas
paradas. Além da intervenção direta, o governo federal também
retirou da administração Cesar
Maia (PFL) a gestão de R$ 780 milhões colocados pela União na
saúde da cidade, que serão assumidos pelo governo do Estado.
Segundo o médico Sérgio Côrtes, coordenador do gabinete de
crise, cada uma das seis unidades
sob intervenção terá um hospital
federal como "padrinho", para
acompanhar a gestão.
O ministério, no entanto, não
tem poder para mudar a diretoria
dos locais sob intervenção, que
são funcionários da prefeitura.
A briga entre prefeitura e ministério começou porque o Rio queria mais verbas para unidades que
assumiu em 1999 e que eram da
União. O governo federal acusa a
prefeitura de má-gestão e acordou liberar parte dos recursos. No
início deste ano, entidades médicas começaram a reclamar da falta de insumos e equipamentos em
unidades geridas pela prefeitura.
Ontem, integrantes do gabinete
de crise receberam o apoio e reclamações nos hospitais.
Colaborou FERNANDO MAGALHÃES.
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