São Paulo, sábado, 12 de março de 2005

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SAÚDE NA UTI

Após intervenção, ministério anuncia criação de gabinete de crise e a reabertura das emergências de alguns hospitais

Avião da FAB levará remédio para o Rio

FABIANE LEITE
DA SUCURSAL DO RIO

O Ministério da Saúde começou ontem a colocar em prática sua "operação de guerra" na rede municipal de saúde do Rio, após a decretação do estado de calamidade pública pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Foi criado um gabinete de gestão de crise que já anunciou a contratação temporária de pessoal, compra emergencial de medicamentos, realocamento de funcionários e equipamentos de unidades federais para os hospitais municipais e até o uso de aviões da Aeronáutica para trazer equipamentos e medicamentos de outros Estados.
Dos seis hospitais que estão sob intervenção federal, três (Cardoso Fontes, Souza Aguiar e Lagoa) já começaram a receber medicamentos, equipamentos, material e pessoal deslocados de unidades federais. As outras três unidades (Miguel Couto, Ipanema e Andaraí) devem começar a receber ajuda neste fim de semana.
No Cardoso Fontes, em Jacarepaguá (zona oeste), já foi possível reabrir a emergência, fechada desde fevereiro, com a chegada de equipamentos e pessoal de apoio deslocados do Into (Instituto de Traumato-Ortopedia), unidade federal no Rio.
O ministério também anunciou a imediata criação de uma emergência 24 horas no Into, para onde outros hospitais poderão enviar pacientes. Para isso, foi necessário reduzir naquela unidade 50% dos atendimentos que não são emergenciais.
"Vamos desencadear uma operação de guerra, colocando a FAB [Força Aérea Brasileira] para requisitar equipamentos e medicamentos de outras unidades", disse o ministro Humberto Costa.
A pasta promete ainda ativar um sistema de transporte de urgências e acusou a prefeitura de manter 17 ambulâncias cedidas paradas. Além da intervenção direta, o governo federal também retirou da administração Cesar Maia (PFL) a gestão de R$ 780 milhões colocados pela União na saúde da cidade, que serão assumidos pelo governo do Estado.
Segundo o médico Sérgio Côrtes, coordenador do gabinete de crise, cada uma das seis unidades sob intervenção terá um hospital federal como "padrinho", para acompanhar a gestão.
O ministério, no entanto, não tem poder para mudar a diretoria dos locais sob intervenção, que são funcionários da prefeitura.
A briga entre prefeitura e ministério começou porque o Rio queria mais verbas para unidades que assumiu em 1999 e que eram da União. O governo federal acusa a prefeitura de má-gestão e acordou liberar parte dos recursos. No início deste ano, entidades médicas começaram a reclamar da falta de insumos e equipamentos em unidades geridas pela prefeitura.
Ontem, integrantes do gabinete de crise receberam o apoio e reclamações nos hospitais.


Colaborou FERNANDO MAGALHÃES.


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