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Costa diz que Lula tomou decisão
LUCIANA CONSTANTINO
KENNEDY ALENCAR
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Um dia após o governo Lula ter
decretado intervenção em hospitais da cidade do Rio de Janeiro, o
ministro da Saúde, Humberto
Costa, fez ontem à noite um pronunciamento em emissoras de rádio e televisão para dizer que a "situação chegou a um ponto insustentável, um caos" e falar do "estado de abandono e calamidade".
Deixou claro que a decisão foi
do presidente. Nos quatro minutos de pronunciamento, Costa
disse que o ministério chegou a
propor elevar em R$ 139 milhões
a verba que repassa à prefeitura,
mas houve recusa, tornando "impossível uma solução rápida".
A intervenção foi decidida pela
cúpula do governo sem consulta
ao ministro, que foi apenas informado, anteontem. Costa encabeça a lista de petistas que deixarão
o governo na reforma ministerial
em estudo. A intenção de Lula hoje é tirá-lo após o final dessa crise.
Os ministros José Dirceu (Casa
Civil) e Antonio Palocci (Fazenda) almoçaram com o presidente
anteontem e indicaram a intervenção por avaliar que o prefeito
do Rio e presidenciável do PFL,
Cesar Maia, estava ganhando a
guerra na mídia contra Costa
-passava a imagem de que o governo federal relutava em ajudar.
Costa resistia desde o início da
semana à intervenção ou à retirada da gestão de repasses federais
da prefeitura por considerar que
não resolveria o problema. Só
aceitou a intervenção porque foi
decisão de Lula e vendeu a versão
de que fez o pedido ao presidente.
A decisão levou Costa a cancelar
de última hora sua participação
em um encontro e uma viagem.
Na avaliação de Lula, Palocci e
Dirceu, a intervenção mostraria
força e autoridade do governo.
Havia temor de mortes por falta
de atendimento e o conseqüente
desgaste da gestão Lula. Um ministro classificou a crise de muito
grave e disse que Costa não estava
conduzindo bem o assunto.
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