São Paulo, quinta-feira, 12 de março de 2009

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ROBERTO BONOTTO DAL PONT (1940-2009)

Largou em último e chegou em primeiro

ESTÊVÃO BERTONI
DA REPORTAGEM LOCAL

A pista de Interlagos, em 1965, era um traçado tortuoso de asfalto no meio do mato. Naquele ano, Roberto Dal Pont -espremido no pequeno DKW (lê-se decavê) com o parceiro Eduardo Scuracchio, com quem revezaria o volante a cada duas horas e meia- largou em último. Tinham 1.600 km pela frente.
Grandalhão, lembram os amigos, Roberto passava sufoco para caber no carro. Confortável ou não, uma de suas paixões era o automobilismo. Naquele dia, conta Scuracchio, 69, a dupla saiu em último porque o motor só ligava com uma das peças soltas, o coletor, que o mecânico da equipe teve de apertar depois da largada.
Durante boa parte dos anos 60, até o fechamento da fábrica, Roberto foi piloto de testes da Vemag, empresa que fabricou o primeiro carro nacional: o DKW. Formado em administração de empresas pela FGV, em 1964, Roberto era filho de um comerciante e, por um período, trabalhou com o pai.
Muitos anos depois, após se aposentar, dedicou-se a sua outra paixão: o cinema. "Deixou tantos filmes que a casa parece que vai cair", brinca Helena, a mulher. Na quarta da semana passada, Roberto morreu aos 68, de um aneurisma na aorta.
Deixa viúva, filho, também piloto, e neta. Naquela corrida, de 16 horas, Roberto chegou em primeiro. "Foi a única vitória de um DKW em corridas no mundo", conta, com orgulho, Scuracchio.

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