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ROBERTO BONOTTO DAL PONT (1940-2009)
Largou em último e chegou em primeiro
ESTÊVÃO BERTONI
DA REPORTAGEM LOCAL
A pista de Interlagos, em
1965, era um traçado tortuoso de asfalto no meio do mato. Naquele ano, Roberto Dal
Pont -espremido no pequeno DKW (lê-se decavê) com
o parceiro Eduardo Scuracchio, com quem revezaria o
volante a cada duas horas e
meia- largou em último. Tinham 1.600 km pela frente.
Grandalhão, lembram os
amigos, Roberto passava sufoco para caber no carro.
Confortável ou não, uma
de suas paixões era o automobilismo. Naquele dia,
conta Scuracchio, 69, a dupla
saiu em último porque o motor só ligava com uma das peças soltas, o coletor, que o
mecânico da equipe teve de
apertar depois da largada.
Durante boa parte dos
anos 60, até o fechamento da
fábrica, Roberto foi piloto de
testes da Vemag, empresa
que fabricou o primeiro carro nacional: o DKW.
Formado em administração de empresas pela FGV,
em 1964, Roberto era filho de
um comerciante e, por um
período, trabalhou com o pai.
Muitos anos depois, após se
aposentar, dedicou-se a sua
outra paixão: o cinema. "Deixou tantos filmes que a casa
parece que vai cair", brinca
Helena, a mulher.
Na quarta da semana passada, Roberto morreu aos 68,
de um aneurisma na aorta.
Deixa viúva, filho, também
piloto, e neta. Naquela corrida, de 16 horas, Roberto chegou em primeiro. "Foi a única vitória de um DKW em
corridas no mundo", conta,
com orgulho, Scuracchio.
obituario@grupofolha.com.br
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