São Paulo, quinta-feira, 12 de março de 2009

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Juiz solta 6 PMs acusados de extermínio

Comerciante, que estava preso sob a suspeita de ligação com "Os Highlanders", também foi libertado; outros 9 continuam presos

Ontem, quatro dos PMs que continuam presos foram denunciados pela Promotoria à Justiça pela morte de um deficiente mental

ANDRÉ CARAMANTE
DA REPORTAGEM LOCAL

O juiz Gabriel Pires de Campos Sormani, de Itapecerica da Serra (Grande São Paulo), determinou a libertação de seis dos 15 PMs presos sob a suspeita de integrar o grupo de extermínio "Os Highlanders".
Para o juiz, não há mais necessidade de manter esses PMs presos na fase da investigação policial. O magistrado atendeu ao pedido de revogação da prisão temporária feito pelos advogados de três PMs e estendeu o benefício a outros três policiais e um comerciante.
Foram soltos os PMs Rogisnaldo Cegatte, Adilson Santos de Andrade, Adilson Moreira de Sousa, Jerry Atílio de Andrade e Reinaldo de Andrade Dantas, do 37º Batalhão, e o sargento Ailton Rodrigues Machado, da Rota. O comerciante Antônio Teixeira Oliveira, 28, o Falcão, foi o sétimo a ser solto.
Ao todo, os 15 PMs e o comerciante são investigados por pelo menos 12 mortes em 2008, mas nem todos os 15 estão ligados a todos os crimes. Cinco vítimas foram decapitadas e por isso o grupo é chamado de "Os Highlanders". Para a polícia, as mortes estão ligadas a um esquema de extorsão de dinheiro contra supostos criminosos.
Um dos decapitados foi o deficiente mental Antonio Carlos Silva Alves, 31, que foi visto pela última vez em 8 de outubro, quando era colocado em um carro da Polícia Militar.
Ontem, a Promotoria denunciou à Justiça os PMs que estavam no carro: Moisés Alves Santos, Joaquim Aleixo Neto, Anderson dos Santos Salles e Rodolfo da Silva Vieira.
"Os réus, que são PMs, de- sonraram a corporação, e, fardados, executaram pessoa portadora de necessidades especiais", escreveram os promotores Salmo Mohmari dos Santos e Marcos de Matos na denúncia. Eles pediram a decretação da prisão preventiva (que pode durar até a conclusão do processo) dos quatro PMs, já presos temporariamente desde janeiro. Além deles, outros cinco PMs continuam presos.
O advogado José Miguel da Silva Júnior, defensor dos PMs denunciados pela morte de Carlinhos, afirmou que seus clientes "negam veementemente o crime". Para ele, "a investigação contra os quatro tem muitas falhas".


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