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Imunidade será
votada em 3 semanas
da Sucursal de Brasília
A proposta de restrição da imunidade parlamentar, cuja tramitação foi retomada depois das denúncias contra o deputado Sérgio
Naya (sem partido-MG), deverá
ser votada em comissão especial
da Câmara em três semanas.
A previsão é do relator do projeto, deputado Jaime Martins
(PFL-MG). "O assunto é polêmico, mas é possível chegarmos a um
consenso", disse ele.
A comissão especial que vai analisar o projeto foi instalada ontem.
No primeiro dia de discussão da
proposta, deputados deixaram
claro que o projeto divide os parlamentares. O deputado Ney Lopes
(PFL-RN), por exemplo, criticou a
resposta da Câmara à pressão da
sociedade. "O fato social não pode
ser um elemento de pressão constante sobre o Congresso. Não podemos vestir a carapuça como se
todos fôssemos bandidos", disse.
Lopes se referiu ao fato de o presidente da Câmara, Michel Temer
(PMDB-SP), ter decidido instalar
a comissão depois do desabamento do Palace 2, no Rio.
Além disso, a Rede Globo divulgou imagens de uma reunião na
qual o deputado afirmou ter falsificado assinaturas e usado material de segunda nas construções
como se fosse de primeira.
O projeto estava parado desde
outubro do ano passado, quando
foi aprovado na CCJ (Comissão de
Constituição e Justiça).
Pelo projeto, o STF (Supremo
Tribunal Federal) não terá mais de
pedir autorização à Câmara e ao
Senado para processar deputados
e senadores por crimes comuns.
Haverá uma inversão da situação atual: o STF abrirá o processo,
e a Câmara ou o Senado poderão
suspendê-lo.
A suspensão terá de ser aprovada pelo plenário. Enquanto o processo estiver parado, será suspenso o prazo de prescrição do crime.
Os parlamentares continuarão
tendo direito a julgamento no
STF, exceto em casos de crimes
dolosos contra a vida. Nesses casos, a competência será do tribunal do júri.
O presidente da comissão especial, deputado Antonio Carlos Panunzzio (PSDB-SP), disse que vai
trabalhar para que o projeto seja
votado rapidamente.
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