São Paulo, quinta, 12 de março de 1998

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"Vi na TV que agora é de graça"

da Reportagem Local

A dona-de-casa Regiane Garcia decidiu ontem que vai levar seu filho Lucas, de 1 ano e 3 meses, para ser registrado. "Eu vi na televisão que agora é de graça", afirmou Regiane, que tem outros quatro filhos, todos registrados.
Regiane vive em Ermelino Matarazzo (zona leste de São Paulo), em uma casa de três cômodos com o marido e cinco filhos.
De acordo com ela, Lucas ainda não tem o registro porque seu marido está desempregado. "Eu estava sem condições de pagar", disse.
O cartório de Ermelino Matarazzo, próximo de sua casa e do hospital onde Lucas nasceu, cobrava, até anteontem, R$ 35,00 pelo registro.
"A gente não consegue pagar nem o aluguel e a luz já foi cortada. Como é que eu ia fazer para pagar o registro?"
Regiane diz que conseguiu pagar para registrar os outros quatro filhos porque, quando nasceram, seu marido estava trabalhando.
No bairro de Bela Vista, o advogado Geraldo Luís Rinaldi também registrava ontem o filho, nascido anteontem em uma maternidade particular.
"Acho que essa lei veio em boa hora. Não porque o meu filho nasceu ontem (anteontem), mas porque tem muita gente que não pode exercer a cidadania por não ter nem sequer o registro."



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