São Paulo, quinta, 12 de março de 1998

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VIOLÊNCIA
Sete carretas vindas de Manaus com aparelhos de televisão foram assaltadas na rodovia dos Bandeirantes
Quadrilha rouba o maior comboio em SP

RENATO KRAUSZ
da Reportagem Local

Sete carretas carregadas com aparelhos de TV foram roubadas anteontem à noite no km 19 da rodovia dos Bandeirantes, em Perus (zona noroeste de São Paulo).
Esse foi o maior roubo da história em rodovias do Estado de São Paulo, em número de veículos. Até então, o maior comboio roubado de uma só vez foi de três carretas.
Os ladrões não conseguiram dirigir uma das carretas, que foi abandonada, com a carga, na rodovia. Uma segunda foi localizada na marginal Tietê, sem a carga.
O valor total transportado era de R$ 1.079.525,56, segundo a transportadora responsável, a Sax Distribuição e Planejamento de Transportes. Como um dos veículos foi recuperado com a carga, o prejuízo foi de R$ 908.453.
O comboio estava vindo da Zona Franca de Manaus e era escoltado por dois seguranças da empresa Valseg, num Fiat Uno.
Com um Tempra roubado, os ladrões abordaram a escolta e tomaram o Uno em Jundiaí (a 60 km de São Paulo), quando as carretas haviam parado para passar na balança. O comboio seguiu e, cerca de meia hora depois, o Uno ultrapassou as carretas e deu ordem para que encostassem.
Sem saber o que estava acontecendo, os motoristas pararam e foram rendidos por mais de 15 homens armados. Os sete caminhoneiros foram colocados espremidos no banco traseiro de um Opala e foram liberados cerca de duas horas depois, na avenida Ricardo Jafet (zona sudeste de São Paulo).
De acordo com o advogado da Sax, Norberto Bonavita, existem vários mecanismos de segurança utilizados para o transporte de Manaus até São Paulo, mas mesmo assim é difícil evitar ataques como esse. "As quadrilhas são altamente especializadas."
Para vir de Manaus, as carretas gastam cinco dias na balsa no rio Amazonas até Belém (PA) e mais quatro dias na estrada.
"Existem nove pontos de apoio pelo caminho, onde todos os motoristas telefonam e informam a hora em que chegaram e a em que saíram. Os comboios são acompanhados por escolta armada e algumas carretas têm monitoramento por satélite", disse Bonavita.



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