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VIOLÊNCIA
Polícia já investigava possível elo entre quadrilhas
Mandante da morte de Celso Daniel viu preso ser assassinado no CDP
DA REPORTAGEM LOCAL
O sequestrador e assaltante José
Edson da Silva, que confessou ser
o mandante da morte do prefeito
de Santo André Celso Daniel
(PT), estava no parlatório do CDP
(Centro de Detenção Provisória)
do Belém anteontem e assistiu à
morte do preso Dionizio de Aquino Severo a golpes de estilete por
um grupo de detentos.
A informação, só confirmada
ontem pela Secretaria da Administração Penitenciária, é mais
um item na investigação policial
sobre uma possível ligação entre
as duas quadrilhas: a de Severo,
que o resgatou de helicóptero de
um presídio em Guarulhos no dia
17 de janeiro, e a de Silva, que sequestrou Daniel no dia seguinte.
Severo estava com sua advogada, Maura Marques, no parlatório
do CDP -sala destinada ao contato entre presos e advogados-
quando um grupo de detentos invadiu o local.
Silva também estava no parlatório, mas já tinha falado com seu
advogado e estaria esperando ser
levado para a cela, segundo informação inicial da Secretaria da Administração Penitenciária.
Recapturado na semana passada, em Marechal Deodoro (28 km
de Maceió), Severo foi questionado em São Paulo se sabia sobre
uma possível ligação entre as duas
quadrilhas, mas ele disse à polícia
que só falaria sobre esse assunto
na Justiça.
Severo sabia que ia ser morto.
Segundo Maura, quando ouviram barulho da correria de presos
fora do parlatório, ele disse: "Não
saia daqui. Isso é contra mim. Eles
vão me matar".
Maura disse viu um grupo de
quatro presos entrar pela porta
atrás de Severo e se jogou no chão.
"Quando levantei, o preso -Silva- me disse que os outros detentos tinham matado meu cliente", disse a advogada.
Maura afirmou que ela e Severo
não conversaram com Silva no
parlatório. Ela também disse desconhecer o motivo da morte de
seu cliente.
A assessoria da Secretaria da
Administração Penitenciária informou que uma sindicância
aponta o envolvimento de oito
presos, mas nem todos teriam
participado do assassinato.
A OAB (Ordem dos Advogados
do Brasil) de São Paulo emitiu ontem uma nota oficial criticando o
governo pela falta de segurança
dos advogados nos DPs e penitenciárias.
(GILMAR PENTEADO)
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