São Paulo, sexta-feira, 12 de abril de 2002

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

SUSTO

Para diretora, foi uma "brincadeira inconsequente"

Pó branco intoxica pelo menos 35 estudantes e mobiliza bombeiros

DA REPORTAGEM LOCAL

Um pó branco não-identificado causou intoxicação em mais de 35 alunos da Escola Estadual Deputado Silva Prado, na zona leste, e paralisou as aulas. Estudantes apresentaram reações alérgicas e foram encaminhados a prontos-socorros da região.
O fato mobilizou oito carros do Corpo de Bombeiros, uma unidade móvel da Cetesb (Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental do Estado) e até um helicóptero de resgate. A PM e a CET (Companhia de Engenharia de Tráfego) isolaram o perímetro da escola pela manhã.
As vítimas chegaram aos hospitais com sintomas como tontura e irritações na pele, nos olhos, no nariz e na garganta. Dois alunos tiveram parada respiratória.
A Secretaria Municipal da Saúde informou que os adolescentes, com idades entre 13 e 19 anos, foram liberados ao longo do dia e que não houve necessidade de internação de nenhum deles. Quatro alunos chegaram a tomar soro, mas se recuperaram logo.

Susto
Por volta das 9h15 da manhã, alunos das salas 14 e 17 da escola começaram a dizer que não se sentiam bem. A coordenadora pedagógica Eliana Maria de Jesus disse que lavou o rosto dos adolescentes -que cursam a segunda série do ensino médio- e os levou para o jardim para "respirar ar puro". O problema continuou.
Na hora do intervalo, às 9h45, os alunos que foram para o pátio também passaram mal.
Os bombeiros foram então chamados e chegaram à escola às 10h32. Uma aluna encontrou jogado no pátio interno da escola um frasco de plástico contendo o pó branco suspeito.
O pó foi recolhido pelos bombeiros e enviado para análise no Instituto Adolfo Lutz. O resultado deverá sair até a segunda-feira. Os testes irão detectar até mesmo a presença de antraz.
Médicos que atenderam os adolescentes suspeitam que o "misterioso pó" seja gás de pimenta ou pó-de-mico.
A diretora da escola, Maria Aparecida dos Santos, classificou o ato como "uma brincadeira inconsequente". Ela disse já ter o nome de três suspeitos de provocar a confusão.
A vigilância sanitária interditou as salas 14 e 17 da escola. (RENATO ESSENFELDER E PALOMA COTES)

Texto Anterior: Violência: Mandante da morte de Celso Daniel viu preso ser assassinado no CDP
Próximo Texto: Ambiente: Chumbo pode ter contaminado área
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.