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URBANISMO
Aprovado pelo Condephaat, projeto de reforma da sede da instituição é rejeitado pela Secretaria da Cultura
Faap insiste em ampliar campus, apesar de veto do governo
SÉRGIO DURAN
DA REPORTAGEM LOCAL
A Faap insistirá no projeto de
ampliação de seu campus, no Pacaembu, centro da cidade, apesar
das resistências de moradores do
bairro e do governo. A resolução
da Secretaria de Estado da Cultura que derruba a autorização para
a reforma deve ser publicada hoje
no "Diário Oficial". A direção da
instituição afirma que o processo
teve condução política.
A Fundação Armando Alvares
Penteado (Faap) tenta ampliar
seu campus há quatro anos. Proprietária das casas que ficam nos
fundos do terreno onde está localizada, a instituição quer construir
estacionamento para 1.100 vagas e
três prédios no local. O mais alto
teria oito andares (28 metros).
No entanto o terreno fica dentro
do perímetro tombado como patrimônio histórico e ambiental
pelo Estado e pelo município, onde qualquer obra depende de autorização do Condephaat (conselho que cuida do patrimônio histórico do Estado). Há três anos, a
Faap apresentou o pedido de reforma, que foi aprovado em 2001.
Em seguida, houve pressão dos
moradores, que temiam a descaracterização do bairro, e o secretário de Estado da Cultura, Marcos
Mendonça, determinou a suspensão da reforma. Hoje a autorização para as obras será revogada.
O anúncio da derrota da Faap
foi feito na terça-feira, na festa de
aniversário do bairro, realizada
pelo movimento Viva Pacaembu
por São Paulo, uma das três associações que defendem a região. A
notícia foi dada pelo presidente
da Assembléia Legislativa, Walter
Feldman (PSDB), três dias antes
de Mendonça publicar a decisão.
"De alguma maneira, por pressão de setores da sociedade, representantes políticos pressionaram um órgão técnico e deixaram
de fazer valer uma resolução que
era técnica", afirma Silvio Passarelli, diretor da Faculdade de Artes Plásticas, encarregado do caso.
"Como uma instituição de ensino tradicional, a Faap não pode
nem quer brigar com os moradores do bairro", diz.
Antes de revogar a autorização,
Mendonça montou comissão para estudar a reforma. Nenhum
membro da Faap foi admitido no
grupo, formado por dois técnicos
da prefeitura, dois membros do
Condephaat e dois moradores.
As três associações de moradores do Pacaembu são ligadas ao
Defenda São Paulo, organização
que congrega a maioria das sociedades de amigos de bairro da cidade. Segundo Regina Monteiro,
presidente da entidade, antes da
mobilização, os moradores tentaram negociar com a Faap. O número de vagas do estacionamento
era uma das razões da discórdia.
Os moradores achavam que
1.600 vagas (soma das atuais com
as planejadas) seriam insuficientes para os 8.000 alunos. Além disso, como haveria cobrança pelo
estacionamento, eles temiam que
os estudantes continuassem parando na rua.
Os presidentes das três associações não chegaram a um consenso sobre as propostas para resolver o problema. Uma das sugestões era obrigar a Faap a criar um sistema alternativo de transporte
coletivo para os alunos.
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