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RIO
Greve "azeda" relações entre governo petista e CUT
Benedita enfrenta manifestação de professores da rede estadual
FERNANDA DA ESCÓSSIA
DA SUCURSAL DO RIO
Em seu quarto dia útil no poder,
o governo de Benedita da Silva
(PT) enfrentou ontem manifestações, vaias e a continuidade da
greve dos professores e funcionários da rede estadual, que desde o
dia 6 de março deixa sem aulas 1,4
milhão de estudantes.
A greve é um ônus que o governo do PT herda de seu antecessor,
Anthony Garotinho (PSB), e se
transformou num ponto-chave,
pois azeda as relações entre o governo, os sindicalistas da CUT
(Central Única dos Trabalhadores) e os servidores públicos.
Os professores e funcionários
pararam suas atividades exigindo
aumento salarial e implantação
do plano de cargos e salários.
Os protestos começaram ao
meio-dia, quando os grevistas foram em passeata até o Palácio
Guanabara, sede do governo.
Benedita viajara a Brasília para
audiência com o presidente FHC.
Em entrevista à rádio CBN, dissera não dispor de recursos imediatos para pagar os professores.
"Ô Benedita, faça o favor, pegue
o papel que a caneta já chegou",
cantavam os grevistas. Eles apelidaram a manifestação de "canetaço". Era uma ironia à desculpa
que, segundo o Sepe (Sindicato
Estadual dos Profissionais de
Educação), Benedita apresentou
ao recebê-los quando era vice-governadora -a de que concordava
com as reivindicações, mas não
dispunha da caneta (do poder).
Uma comissão de grevistas foi
recebida pelos secretários da Educação, William Campos, do Trabalho, Adeílson Telles, e de Governo, Val Carvalho. Eles pediram um prazo para definir uma
contraproposta. Mais tarde, a
contraproposta, que foi vaiada:
abono das faltas, revogação do
decreto de 40 horas de trabalho
para funcionários administrativos e suspensão da greve, com a
criação de uma comissão para negociar o pagamento do plano de
cargos e salários -uma vitória obtida pelos professores na Justiça, em decisão jamais cumprida integralmente pelo Estado.
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