São Paulo, sexta-feira, 12 de abril de 2002

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RIO

Greve "azeda" relações entre governo petista e CUT

Benedita enfrenta manifestação de professores da rede estadual

FERNANDA DA ESCÓSSIA
DA SUCURSAL DO RIO

Em seu quarto dia útil no poder, o governo de Benedita da Silva (PT) enfrentou ontem manifestações, vaias e a continuidade da greve dos professores e funcionários da rede estadual, que desde o dia 6 de março deixa sem aulas 1,4 milhão de estudantes.
A greve é um ônus que o governo do PT herda de seu antecessor, Anthony Garotinho (PSB), e se transformou num ponto-chave, pois azeda as relações entre o governo, os sindicalistas da CUT (Central Única dos Trabalhadores) e os servidores públicos.
Os professores e funcionários pararam suas atividades exigindo aumento salarial e implantação do plano de cargos e salários.
Os protestos começaram ao meio-dia, quando os grevistas foram em passeata até o Palácio Guanabara, sede do governo.
Benedita viajara a Brasília para audiência com o presidente FHC. Em entrevista à rádio CBN, dissera não dispor de recursos imediatos para pagar os professores.
"Ô Benedita, faça o favor, pegue o papel que a caneta já chegou", cantavam os grevistas. Eles apelidaram a manifestação de "canetaço". Era uma ironia à desculpa que, segundo o Sepe (Sindicato Estadual dos Profissionais de Educação), Benedita apresentou ao recebê-los quando era vice-governadora -a de que concordava com as reivindicações, mas não dispunha da caneta (do poder).
Uma comissão de grevistas foi recebida pelos secretários da Educação, William Campos, do Trabalho, Adeílson Telles, e de Governo, Val Carvalho. Eles pediram um prazo para definir uma contraproposta. Mais tarde, a contraproposta, que foi vaiada: abono das faltas, revogação do decreto de 40 horas de trabalho para funcionários administrativos e suspensão da greve, com a criação de uma comissão para negociar o pagamento do plano de cargos e salários -uma vitória obtida pelos professores na Justiça, em decisão jamais cumprida integralmente pelo Estado.



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