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São Paulo, sábado, 12 de abril de 2003

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RIO

Josias Quintal também interditou parte de delegacia ligada à Polícia Civil

Secretário troca três da cúpula de segurança

MARIO HUGO MONKEN
SERGIO TORRES

DA SUCURSAL DO RIO

O secretário de Segurança do Rio, coronel Josias Quintal, afastou ontem o delegado titular da Polinter (Polícia Interestadual) e interditou o cartório e o depósito de drogas da Delegacia de Repressão a Entorpecentes (DRE). As duas medidas tornaram público o rompimento entre Quintal e o chefe da Polícia Civil, Álvaro Lins, no momento em que o Estado enfrenta uma grave crise na área de segurança pública.
O titular da Polinter, Jader Amaral, era considerado homem de confiança de Lins. "Tive motivos para isso e ponto final", disse Quintal, quando questionado sobre a demissão. "Discordo [da demissão". Foi injusto", rebateu Lins. À noite, a governadora Rosinha Matheus (PSB) convocou os dois para uma reunião no Palácio Guanabara, sede do governo.
Sem consultar Lins, com quem está rompido, Quintal fez de manhã uma visita surpresa à DRE, que é administrada pela Polícia Civil. Após a inspeção, Quintal afirmou que "a DRE não é compatível com o projeto de segurança do atual governo". "A delegacia não tem condições de funcionar. Não tem a cara do novo governo."
O secretário afirmou que recomendou a Lins uma atenção especial a todas as delegacias especializadas, o que, segundo ele, não aconteceu.
A interdição parcial da DRE ocorreu um dia depois de Quintal criticar o trabalho do serviço de inteligência da Polícia Civil, que, segundo ele, tem deixado vazar informações sigilosas.
Ele responsabilizou Amaral, exonerado da Polinter, pela divulgação, na semana passada, de conversas gravadas de traficantes em que combinavam um suposto plano para matar Quintal e o prefeito do Rio, Cesar Maia (PFL).
Lins defendeu o delegado, que é, segundo ele, um dos mais eficientes da corporação.
Ontem, também foram exonerados o chefe do Estado Maior da Polícia Militar, coronel Jorge Ismael Horsae, e o corregedor da corporação, Hudson de Mello. As mudanças foram atribuídas a um "reordenamento interno" na PM.


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