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Brasil usará congresso da ONU para limpar imagem de presídios
Evento sobre Justiça ocorre em Salvador de hoje até a próxima segunda-feira
MATHEUS MAGENTA
DA AGÊNCIA FOLHA, EM SALVADOR
O Brasil vai usar o 12º Congresso da ONU (Organização
das Nações Unidas) sobre Prevenção ao Crime e Justiça Criminal para tentar limpar a imagem do país, arranhada na organização devido a denúncias
sobre violações de direitos humanos em presídios do Espírito Santo. O congresso ocorre
em Salvador de hoje até a próxima segunda-feira (19).
O assunto foi discutido no
mês passado em Genebra (Suíça) durante sessão paralela à
reunião do Conselho de Direitos Humanos da ONU. Os governos federal e estadual precisaram dar explicações após denúncias de ONGs sobre maus-tratos, tortura, superlotação e
falta de higiene.
"Nós reconhecemos a superlotação nos presídios brasileiros, mas não podemos ficar
marcados por uma situação enfrentada pela maioria dos países presentes neste congresso",
disse à Folha o diretor-geral do
Departamento Penitenciário
Nacional, Airton Aloisio Michels. Segundo o Ministério da
Justiça, o país tem quase 473
mil presos e um deficit de 180
mil vagas em presídios.
São esperados no congresso
em Salvador cerca de 3.000
pessoas de 140 países, entre especialistas, chefes de Estado,
ministros e outras autoridades.
Serão discutidos temas como
terrorismo, infância, lavagem
de dinheiro e cibercrime.
Responsável pela organização do evento em Salvador, o
secretário Nacional de Justiça,
Romeu Tuma Júnior, anunciou que a ONU reconheceu o
modelo brasileiro de penas e
medidas alternativas à prisão
"como uma das melhores práticas para redução da superlotação carcerária no mundo".
O modelo será exportado para países da África, América Latina e Ásia. Ele é aplicado a crimes praticados sem violência
ou ameaça grave, como estelionato, com condenações de até
quatro anos de prisão.
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