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Rio faz remoção obrigatória em área de risco
Prefeitura anuncia retirada de 2.350 pessoas, de oito favelas; governador editará decreto com a mesma intenção para o Estado
O maior contingente a ser removido é do morro dos Prazeres, o mais afetado na cidade pelas enchentes
que começaram na terça
Felipe Dana/AP
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Bombeiros carregam corpo de uma das vítimas do deslizamento no morro do Bumba, em Niterói
JOÃO PAULO GONDIM
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA, DO RIO
PEDRO SOARES
DA SUCURSAL DO RIO
Após contabilizar 63 mortos
na cidade por conta dos deslizamentos provocados pela chuva,
a Prefeitura do Rio vai remover,
de modo obrigatório, ao menos
2.350 pessoas que vivem em
áreas de risco, em oito favelas.
Em visita ao morro do Bumba, local em Niterói onde foram
resgatados até ontem 37 corpos, o governo do Rio anunciou
que nesta semana será publicado o decreto para criar o Plano
Diretor de Ocupação, que estabelecerá níveis e classificações
de áreas de risco no Estado.
O Rio acumula 229 mortos
desde a segunda passada em razão de soterramentos.
O Ministério Público do RJ
analisa por que o governo não
impediu o crescimento da comunidade do morro do Bumba
e por que obras foram realizadas quando se tratava de uma
área de risco e ex-aterro sanitário. Se forem encontrados indícios de omissão, autoridades
poderão ser processadas.
Segundo o governador Sérgio
Cabral (PMDB), haverá remoção compulsória de áreas de
risco. Cabral foi vaiado por pessoas que acompanhavam o trabalho de resgate dos bombeiros
e atribuiu a hostilidade a "adversários de quinta categoria".
No Rio, serão realocados moradores do morro do Prazeres,
Cantinho do Céu, Fogueteiro,
Pantanal, Urubu, Parque Colúmbia, Laborioux e São João
Batista. Agentes da prefeitura
começaram o serviço ontem,
retirando moradores do morro
do Urubu e destruindo seus
barracos, durante visita do prefeito Eduardo Paes (PMDB).
O maior contingente a ser removido é do morro dos Prazeres, o mais afetado pelas enchentes que tiveram início na
terça-feira passada. De lá, sairão cerca de mil pessoas. Outras 500 deixarão suas casas no
morro do Fogueteiro.
Em ambos os casos, os moradores serão transferidos para
um conjunto habitacional, a ser
construído na área onde ficava
o antigo presídio da rua Frei
Caneca, implodido neste ano.
O local fica próximo às duas
favelas. Essa é uma das premissas da prefeitura em sua política de remoções, diz o prefeito.
"Na medida do possível, estamos usando esse critério e oferecendo alternativas para que
as pessoas continuem morando
em áreas próximas às suas comunidades", disse Paes.
Não é o caso, porém, das famílias a serem removidas do
morro do Urubu, que sairão de
Pilares e irão para um futuro
conjunto habitacional do programa Minha Casa, Minha Vida
em Realengo, na zona oeste.
Para os moradores em áreas
de risco da favela São João Batista, em Botafogo, área imobiliária valorizada da zona sul,
existem duas opções: a mudança para o conjunto da Frei Caneca ou uma indenização pelo
imóvel a ser demolido.
Segundo o governador Sérgio
Cabral, o plano de remoções do
governo do Estado precisa de
adesão das prefeituras, que devem ser estimuladas por meio
de recursos para a área de habitação. O governo calculou em
10 mil o total de moradores em
áreas perigosas.
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