São Paulo, segunda-feira, 12 de abril de 2010

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

MILTON CABRAL VIANA (1945-2010)

Um professor que virou doutor ainda muito jovem

ESTÊVÃO BERTONI
DA REPORTAGEM LOCAL

Ao terminar os estudos no exterior e retornar ao Brasil, no início dos anos 70, Milton Cabral Viana tornou-se um dos professores doutores mais jovens do país.
Filho de um comerciante, ele nasceu em Natal (RN), mas cresceu em Fortaleza (CE). Jovem, mudou-se para Goiás para cursar letras. Após se formar, partiu para a Itália, onde fez mestrado. Já na França, concluiu o doutorado em semiologia, sob orientação de Roland Barthes.
Quando voltou ao país, ainda na casa dos 20 anos, foi dar aulas na Universidade Federal de Goiás (UFG), a mesma em que estudara. Após oito anos como professor da instituição, foi para a UnB (Universidade de Brasília).
Mas aí veio a ditadura militar, e Milton foi demitido. Para o filho, o engenheiro Álvaro, o pai era uma voz muito ativa dentro da universidade. Nesse período em que foi impedido de lecionar, trabalhou num projeto com índios.
Com a Lei da Anistia, o professor pôde voltar às salas de aula. A aposentadoria, pela UnB, veio nos anos 80, mas ele não parou: fundou o curso de comunicação na UCB (Universidade Católica de Brasília), de onde foi diretor e ajudou a criar o curso de mestrado da faculdade.
Em 2003, descobriu uma esclerose lateral amiotrófica (doença degenerativa). Na terça, aos 64, morreu em decorrência de problemas respiratórios. Deixa três filhos e um neto. A missa de sétimo dia será realizada amanhã, às 18h30, na igreja de Fátima, em Brasília.

coluna.obituario@uol.com.br


Texto Anterior: Mortes
Próximo Texto: Paciente terminal decidirá sobre morte
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.