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MILTON CABRAL VIANA (1945-2010)
Um professor que virou doutor ainda muito jovem
ESTÊVÃO BERTONI
DA REPORTAGEM LOCAL
Ao terminar os estudos no
exterior e retornar ao Brasil,
no início dos anos 70, Milton
Cabral Viana tornou-se um
dos professores doutores
mais jovens do país.
Filho de um comerciante,
ele nasceu em Natal (RN),
mas cresceu em Fortaleza
(CE). Jovem, mudou-se para
Goiás para cursar letras. Após
se formar, partiu para a Itália,
onde fez mestrado. Já na
França, concluiu o doutorado
em semiologia, sob orientação de Roland Barthes.
Quando voltou ao país, ainda na casa dos 20 anos, foi dar
aulas na Universidade Federal de Goiás (UFG), a mesma
em que estudara. Após oito
anos como professor da instituição, foi para a UnB (Universidade de Brasília).
Mas aí veio a ditadura militar, e Milton foi demitido. Para o filho, o engenheiro Álvaro, o pai era uma voz muito
ativa dentro da universidade.
Nesse período em que foi impedido de lecionar, trabalhou
num projeto com índios.
Com a Lei da Anistia, o professor pôde voltar às salas de
aula. A aposentadoria, pela
UnB, veio nos anos 80, mas
ele não parou: fundou o curso
de comunicação na UCB
(Universidade Católica de
Brasília), de onde foi diretor e
ajudou a criar o curso de mestrado da faculdade.
Em 2003, descobriu uma
esclerose lateral amiotrófica
(doença degenerativa). Na
terça, aos 64, morreu em decorrência de problemas respiratórios. Deixa três filhos e
um neto. A missa de sétimo
dia será realizada amanhã, às
18h30, na igreja de Fátima,
em Brasília.
coluna.obituario@uol.com.br
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