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BOEMIA
Rede de botequins inova e foge à lendária informalidade carioca
Boteco à paulista faz sucesso no Rio
LUIZ FERNANDO VIANNA
DA SUCURSAL DO RIO
O botequim de maior sucesso
hoje no Rio de Janeiro não aceita clientes sem camisa, serve um
dos chopes mais caros da cidade
(R$ 2,40) e, inovação maior, tem
manobristas para os carros.
Chamado de paulista pelos
boêmios fiéis à lendária informalidade carioca, o modelo do
Belmonte tem dado certo na zona sul: a superlotação constante
da matriz no Flamengo (aberta
em 2002) fez nascer filiais no Leblon e, a partir de hoje à noite,
em Ipanema.
Sobre o adjetivo "paulista", o
cearense Francisco Antônio Rodrigues Pinto, 35, diz que "polêmica é sempre bom", mas ressalta: "O Belmonte não tem frescura, é organizado. Tenho muitos garçons para o cliente não ficar esperando, não sirvo cachaça em pé, não deixo entrar animal, odeio homem de sunga e
sem camisa".
"O Belmonte é um botequim
completamente carioca, mas
que procura dar conforto ao público", defende Ricardo Garrido, 34, um dos cinco sócios paulistas do Pirajá, casa que, em
1998, iniciou onda de bares com
temática carioca em São Paulo.
"Procuramos trazer o espírito
democrático dos bares do Rio
para cá, mas com organização.
Manobrista, por exemplo, é
obrigatório em São Paulo."
No Belmonte também não há
outra instituição carioca: o garçom folclórico. "Aqui, a estrela é
o cliente", diz Rodrigues Pinto.
O empresário afirma que sua
dificuldade maior não foi emplacar um modelo de bar "paulista" no Rio de Janeiro, mas
convencer a elite do Leblon de
que o Belmonte seria bom para
o bairro. "Tem muita gente que
come sardinha e arrota caviar."
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