São Paulo, quarta-feira, 12 de maio de 2004

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BOEMIA

Rede de botequins inova e foge à lendária informalidade carioca

Boteco à paulista faz sucesso no Rio

LUIZ FERNANDO VIANNA
DA SUCURSAL DO RIO

O botequim de maior sucesso hoje no Rio de Janeiro não aceita clientes sem camisa, serve um dos chopes mais caros da cidade (R$ 2,40) e, inovação maior, tem manobristas para os carros.
Chamado de paulista pelos boêmios fiéis à lendária informalidade carioca, o modelo do Belmonte tem dado certo na zona sul: a superlotação constante da matriz no Flamengo (aberta em 2002) fez nascer filiais no Leblon e, a partir de hoje à noite, em Ipanema.
Sobre o adjetivo "paulista", o cearense Francisco Antônio Rodrigues Pinto, 35, diz que "polêmica é sempre bom", mas ressalta: "O Belmonte não tem frescura, é organizado. Tenho muitos garçons para o cliente não ficar esperando, não sirvo cachaça em pé, não deixo entrar animal, odeio homem de sunga e sem camisa".
"O Belmonte é um botequim completamente carioca, mas que procura dar conforto ao público", defende Ricardo Garrido, 34, um dos cinco sócios paulistas do Pirajá, casa que, em 1998, iniciou onda de bares com temática carioca em São Paulo. "Procuramos trazer o espírito democrático dos bares do Rio para cá, mas com organização. Manobrista, por exemplo, é obrigatório em São Paulo."
No Belmonte também não há outra instituição carioca: o garçom folclórico. "Aqui, a estrela é o cliente", diz Rodrigues Pinto.
O empresário afirma que sua dificuldade maior não foi emplacar um modelo de bar "paulista" no Rio de Janeiro, mas convencer a elite do Leblon de que o Belmonte seria bom para o bairro. "Tem muita gente que come sardinha e arrota caviar."


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