|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Docentes não preparam aula e "falam o que dá na telha", diz aluna
DA SUCURSAL DO RIO
DA REPORTAGEM LOCAL
Alunos de universidades que
não atenderam à meta de professores em dedicação integral
apontam algumas dificuldades
nas condições de ensino.
Estudante do segundo ano de
publicidade da Unisa, Ana Carolina Teles, 20, afirma que somente um de seus professores
trabalha exclusivamente lá. "É
a única que traz apostilas, apresenta um cronograma. A maioria vem e fala o que dá na telha.
Não há uma programação."
Segundo ela, alguns dos docentes dizem que possuem outras atividades e não têm tempo para preparar as aulas.
Já Yuri Alexandre Figueiró,
24, aluno de direito da Uniban,
afirma que seus docentes não
conseguem atender aos estudantes fora do horário de aula.
Também diz que não é comum os docentes pedirem atividades extraclasse. "Eles vão à
faculdade no horário das aulas.
São advogados, juízes ou trabalham em órgão público." Apesar de receber pouco atendimento fora do horário, Yuri diz
que as aulas são "muito boas".
Docentes
Professores de universidades
que não têm contrato de dedicação integral trabalham, em
geral, de forma "precária", diz
Nelson Bertarello, 51 -ele ganha apenas por aula dada em
três escolas do ABC paulista.
"Tem dia em que saio às
20h45 de uma instituição e tenho de estar às 21h10 na outra.
Se atendo a um aluno, me atraso. É a realidade da profissão",
diz ele, que é diretor do Sinpro-ABC (sindicato dos docentes da
rede particular do ABC).
Ele afirma não ser remunerado para preparar aula, atender
aluno em dependência ou com
trabalho de conclusão de curso.
"A gente se esforça, mas sempre falta alguma coisa. A situação é precária", diz.
"Sem o percentual exigido, a
universidade não consegue dar
conta das suas atividades, principalmente a pesquisa", diz o
diretor do Sinpro-SP (sindicato
dos professores da rede particular de São Paulo), José Faro.
"O professor horista não consegue atender ao aluno mais de
perto. Estou surpreso com o
número de escolas que não
cumpre a lei. O MEC já deveria
estar fiscalizando", diz.
(AG e FT)
Texto Anterior: Escolas afirmam que percentuais têm aumentado Próximo Texto: Frases Índice
|