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SP unificará fila para reabilitação de deficientes
DA REPORTAGEM LOCAL
O Estado de São Paulo terá filas únicas de deficientes físicos,
auditivos e visuais que estão à
espera de tratamentos de reabilitação ou de equipamentos
como órteses, próteses e cadeiras de roda. O sistema começa
em setembro e será similar ao
da área de transplantes.
Segundo Linamara Batistela,
secretária estadual das Pessoas
com Deficiência, as filas únicas
da reabilitação serão regionalizadas e estarão on-line.
O objetivo é dar transparência ao sistema e agilizar o atendimento ao deficiente. "É a
mesma lógica da fila de transplantes. Os pacientes vão ter
acesso e o Ministério Público
Estadual vai controlar."
Hoje, por falta de organização do setor, é comum os pacientes se inscreverem em dois
ou três serviços porque não
acreditam que serão atendidos.
"Ou ficam migrando de um serviço para o outro com cartinhas
na mãos que dizem que precisam disso e daquilo", afirma.
Ao mesmo tempo, diz Batistela, o sistema único vai evitar
que as instituições inflacionem
seus pacientes na fila de espera
para obter mais recursos.
"Não é mais possível a gente
viver da miséria humana. Agora, vamos ter a dimensão real
da deficiência." Ela refuta as
afirmações sobre filas de espera para órtese e prótese. "Nossa
fila é zero."
A fila única regionalizada da
reabilitação vai funcionar da
seguinte forma: o paciente é
inscrito na fila tão logo deixe o
hospital ou, se a deficiência for
antiga, deverá procurar uma
unidade de saúde para ser inscrito. Ele poderá escolher de
qual serviço será paciente -o
que estiver mais próximo da
sua casa ou o primeiro que tiver
vaga, por exemplo.
"Na hora que ele for chamado, a entidade terá que dar conta de tudo: da órtese, da prótese, da cadeira de roda, da cadeira de banho, da fisioterapia, da
reabilitação. Tem que continuar a acompanhar o paciente
porque ele vai continuar tendo
necessidades", diz Batistela.
Na opinião do promotor Júlio Cesar Botelho, do Grupo de
Proteção à Pessoa Portadora de
Deficiência, a fila única evitará
injustiças. "Hoje, dependendo
de onde o deficiente busca ajuda, há demora no atendimento.
A idéia é tornar harmônico o
processo não só na cidade de
São Paulo, mas no Estado."
Além disso, explica Botelho,
o cadastro único vai possibilitar
um atendimento integral ao
paciente. "Não será mais aquela história de a primeira-dama
entregar 40 cadeiras de roda,
mas, se o deficiente precisar de
uma adaptação na cadeira, ele
não consegue", diz.
Situações como essa, diz, são
freqüentes e às vezes agravam a
saúde dos deficientes porque
cadeiras de roda mal-ajustadas
podem provocar feridas, por
exemplo.
(CC)
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