São Paulo, segunda-feira, 12 de maio de 2008

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

SP unificará fila para reabilitação de deficientes

DA REPORTAGEM LOCAL

O Estado de São Paulo terá filas únicas de deficientes físicos, auditivos e visuais que estão à espera de tratamentos de reabilitação ou de equipamentos como órteses, próteses e cadeiras de roda. O sistema começa em setembro e será similar ao da área de transplantes.
Segundo Linamara Batistela, secretária estadual das Pessoas com Deficiência, as filas únicas da reabilitação serão regionalizadas e estarão on-line.
O objetivo é dar transparência ao sistema e agilizar o atendimento ao deficiente. "É a mesma lógica da fila de transplantes. Os pacientes vão ter acesso e o Ministério Público Estadual vai controlar."
Hoje, por falta de organização do setor, é comum os pacientes se inscreverem em dois ou três serviços porque não acreditam que serão atendidos. "Ou ficam migrando de um serviço para o outro com cartinhas na mãos que dizem que precisam disso e daquilo", afirma.
Ao mesmo tempo, diz Batistela, o sistema único vai evitar que as instituições inflacionem seus pacientes na fila de espera para obter mais recursos.
"Não é mais possível a gente viver da miséria humana. Agora, vamos ter a dimensão real da deficiência." Ela refuta as afirmações sobre filas de espera para órtese e prótese. "Nossa fila é zero."
A fila única regionalizada da reabilitação vai funcionar da seguinte forma: o paciente é inscrito na fila tão logo deixe o hospital ou, se a deficiência for antiga, deverá procurar uma unidade de saúde para ser inscrito. Ele poderá escolher de qual serviço será paciente -o que estiver mais próximo da sua casa ou o primeiro que tiver vaga, por exemplo.
"Na hora que ele for chamado, a entidade terá que dar conta de tudo: da órtese, da prótese, da cadeira de roda, da cadeira de banho, da fisioterapia, da reabilitação. Tem que continuar a acompanhar o paciente porque ele vai continuar tendo necessidades", diz Batistela.
Na opinião do promotor Júlio Cesar Botelho, do Grupo de Proteção à Pessoa Portadora de Deficiência, a fila única evitará injustiças. "Hoje, dependendo de onde o deficiente busca ajuda, há demora no atendimento. A idéia é tornar harmônico o processo não só na cidade de São Paulo, mas no Estado."
Além disso, explica Botelho, o cadastro único vai possibilitar um atendimento integral ao paciente. "Não será mais aquela história de a primeira-dama entregar 40 cadeiras de roda, mas, se o deficiente precisar de uma adaptação na cadeira, ele não consegue", diz.
Situações como essa, diz, são freqüentes e às vezes agravam a saúde dos deficientes porque cadeiras de roda mal-ajustadas podem provocar feridas, por exemplo. (CC)


Texto Anterior: Atendimento a deficiente tem melhorado no país, de acordo com Ministério da Saúde
Próximo Texto: Mortes
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.