São Paulo, quarta-feira, 12 de maio de 2010

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Ainda assustados, moradores evitam comentar crime

DA REPORTAGEM LOCAL

O clima era de medo ontem no conjunto habitacional Cingapura, onde morava uma das vítimas, Manoel do Nascimento Júnior, 29. A mancha de sangue e as marcas de bala na parede ainda estavam lá quando a reportagem chegou. Na rua, os moradores discutiam o fato.
Não quiseram, contudo, dar entrevistas porque temiam "represálias". Afirmaram que conheciam Nascimento Júnior, que ele trabalhava em uma fábrica de reciclagem e que não tinha relação com moradores de rua. "Não falo mais porque não sei o que pode nos acontecer", disse uma das moradoras.
Na Favelinha das Torres, a artesã Maria, 73, disse que ouviu os tiros dados debaixo do viaduto. "Eram umas 23h30. Parecia a guerra do Vietnã. Apaguei tudo e fui dormir. Dá medo, mas a gente até se acostuma com os tiros aqui."
Na tarde de ontem, um sofá, roupas e utensílios domésticos ainda estavam debaixo do viaduto, em meio às manchas de sangue das vítimas.


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