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UFRJ afirma que vai transformar Canecão em centro cultural
Para reitor, não há chance de acordo com empresa que
administrava a casa, reintegrada anteontem à universidade
Segundo ele, o local dará
prioridade às atividades
acadêmicas, mas artistas
serão chamados a opinar;
empresa estuda medida legal
JOÃO PAULO GONDIM
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
O reitor da Universidade Federal do Rio de Janeiro, Aloísio
Teixeira, disse ontem não haver "possibilidade de acordo"
com a empresa Canecão Promoções e Espetáculos Teatrais,
que administrava a casa de espetáculos Canecão, em Botafogo, zona sul do Rio.
O Canecão foi fechado na segunda-feira à noite pela Polícia
Federal e reintegrado à universidade em cumprimento a uma
decisão do Supremo Tribunal
Federal de 7 de janeiro. Não cabe mais recurso. A disputa judicial vinha desde 1971.
"Sem aquela área, o patrimônio da UFRJ era espoliado",
afirmou o reitor.
Por meio de nota, a empresa
disse estar "estudando com
seus advogados as medidas legais a serem tomadas para recuperar a posse do imóvel".
Teixeira disse que o prédio
vai se transformar "num grande centro cultural para a cidade", com shows, e priorizará
atividades acadêmicas.
O reitor ofereceu o salão da
Faculdade de Música da UFRJ
para a gravação do DVD de
George Israel, que aconteceria
ontem no Canecão.
História
Inaugurado em 1967, o Canecão funcionava como uma cervejaria onde se apresentavam
conjuntos de variedades. No
ano seguinte, foi construído um
palco para teatro de revista.
Em 1969, houve o primeiro
grande show, da cantora Maysa
(1936-1977). O local abrigou peças e bailes carnavalescos.
A gênese do imbróglio data
de 1950, quando um decreto cedeu 36 mil m2 para a hoje extinta Associação dos Servidores
Civis do Brasil. A entidade alugou a área, em 1965, para a empresa que ergueu a casa.
Mas um decreto-lei de 1967
revogou o decreto de 1950 e
doou à universidade a área na
qual estava o Canecão.
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