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PEDÁGIO
Índice segue previsão do contrato de concessões de rodovias; governo de SP
diz tentar alternativas para evitar alta
Concessionária quer reajuste de 31,5%
ALENCAR IZIDORO
DA REPORTAGEM LOCAL
As concessionárias de rodovias
de São Paulo formalizaram um
pedido de autorização ao governo
Geraldo Alckmin (PSDB) para
reajustar em 31,5% as tarifas dos
pedágios a partir de 1º de julho.
O índice se refere ao IGP-M (Índice Geral de Preços do Mercado)
dos últimos 12 meses, medido pela Fundação Getúlio Vargas e que
serve de parâmetro oficial para a
elevação da tarifa -conforme
previsão dos contratos de concessão das estradas firmados pela administração estadual em 1998.
Se ele for concretizado, a praça
de pedágio em São Paulo com
maior valor de cobrança (a do sistema Anchieta-Imigrantes) deve
subir de R$ 9,60 para R$ 12,60. No
sistema Anhanguera-Bandeirantes, as maiores tarifas subiriam de
R$ 6,60 para R$ 8,70.
A gestão Alckmin, porém, ainda
não diz se vai autorizar essa alta
de 31,5%. O diretor-geral da Artesp (agência estadual que regula
as concessões), Silvio Minciotti,
recebeu na última semana um estudo para sugerir mudanças na
forma dos cálculos de reajuste.
A modificação no índice é uma
promessa da gestão Alckmin, que
sofreu críticas nas últimas eleições e prometeu uma revisão no
programa de concessões de estradas -incluindo a retirada de praças de pedágio. Até hoje, só uma
foi fechada, em fevereiro deste
ano, na rodovia Hélio Moreira Salles (SP-215), entre Casa Branca
(240 km de SP) e Vargem Grande
do Sul (246 km de SP).
O principal componente do
IGP-M são os preços por atacado
- os primeiros a sentir os efeitos
quando ocorre elevação do dólar.
O estudo encomendado pela Artesp traz uma composição de diversas despesas das concessionárias -por exemplo, os gastos
com obras e recapeamentos.
Embora já tenha iniciado nesta
semana as negociações com as
empresas para evitar a aplicação
do IGP-M, Minciotti evitou descartar ontem a possibilidade de
autorizar um reajuste de 31,5%.
"Não dá para dizer nada, nem
descartar nem confirmar. Vamos
discutir todas as alternativas para
evitar esse aumento", afirmou.
Questionado sobre a possibilidade de a Artesp desrespeitar os
contratos de forma unilateral,
sem receber aval das administradoras das rodovias paulistas, ele
afirmou apenas que "a idéia é
sempre seguir os contratos".
A Folha apurou que as concessionárias não cogitam a possibilidade de abdicar do reajuste do
IGP-M. A resistência, porém, deve diminuir se houver proposta
de compensações por parte do Estado -por exemplo, com subsídios ou redução do volume de
obras previsto nos contratos.
Congelamento
Em 2002, às vésperas das eleições, a gestão Alckmin congelou
as tarifas de pedágio nas praças de
pista simples (que representavam
33 dos 78 pontos de cobrança),
adotando uma espécie de subsídio às concessionárias para compensar a perda de arrecadação.
Esse subsídio, que se aproxima
de R$ 1,2 milhão por mês, se dá
com a redução do ônus devido
pelas empresas ao governo do Estado (ou seja, elas pagam menos
do que foi acertado na licitação).
Na época, a medida foi unilateral. A ABCR (Associação Brasileira de Concessionárias de Rodovias) protestou e ameaçou até entrar com ações judiciais.
Esse congelamento da tarifa nos
pedágios de pista simples também será discutido pela Artesp
com as concessionárias. Elas avaliam que a elevação dos preços,
nesses casos, ainda precisam acumular os 12% do IGP-M que foram dados, em julho de 2002, apenas às praças de cobrança em rodovias de pista dupla.
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