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RECIFE
Foi o 2º protesto da categoria em dez dias contra regulamentação do sistema
Perueiro queima ônibus e fecha ruas
FÁBIO GUIBU
DA AGÊNCIA FOLHA, EM RECIFE
Motoristas do sistema de transporte irregular em Recife fecharam ontem ruas e pontes, no segundo protesto em dez dias contra a lei que regulamenta a atividade e reduz a frota circulante de
vans e Kombis de 1.200 para 252.
Um ônibus foi incendiado em
Jaboatão dos Guararapes, na região metropolitana, e outros seis
veículos tiveram pneus furados.
Vários incidentes envolvendo
manifestantes e policiais militares
foram registrados, mas ninguém
se feriu. Até o final da tarde, 23
pessoas haviam sido detidas.
Antes das ações, a PM apreendeu com perueiros dois radiotransmissores e gravou conversas
que ligariam manifestantes ao
vandalismo. "Atenção homens-bomba, atenção homens-bomba,
começar a explodir os ônibus",
ordenou um homem, pelo rádio,
segundo a gravação. "Positivo,
positivo, estou aqui com 11 homens-bomba para explodir os
ônibus", responde outra pessoa.
O protesto começou de manhã.
Como a polícia impediu que a rua
em frente à Assembléia Legislativa fosse fechada, perueiros bloquearam a ponte Santa Isabel
(centro), sobre o rio Capibaribe.
Após tumulto, a ponte foi liberada. Na periferia, manifestantes
atearam fogo em troncos e pneus.
No final da manhã, os perueiros
cercaram a Prefeitura de Recife
para reivindicar a presença do
prefeito João Paulo (PT), que não
estava no local. A avenida Martin
Luther King, em frente à prefeitura, foi bloqueada por cerca de 200
veículos. A PM conseguiu desimpedir uma das pistas, mas o protesto seguia até o final da tarde.
Ao contrário do protesto da semana passada, só um dos dois
sindicatos que representam a categoria participou das ações. Com
isso, 50% das lotações circularam.
Segundo a EMTU (Empresa
Metropolitana de Transporte Urbano), as 1.200 vans e Kombis
transportam 200 mil pessoas por
dia, e os 2.000 ônibus, 1,5 milhão.
"O movimento extrapolou os limites", diz Renato da Silva Filho,
secretário-executivo da Secretaria
Estadual da Defesa Social. "Usaram tática de guerrilha, estamos
tratando com uma quadrilha."
O presidente do SindRecife, José Gonçalves, não foi localizado
-seu celular estava desligado.
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