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São Paulo, quinta-feira, 12 de junho de 2003

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RECIFE

Foi o 2º protesto da categoria em dez dias contra regulamentação do sistema

Perueiro queima ônibus e fecha ruas

FÁBIO GUIBU
DA AGÊNCIA FOLHA, EM RECIFE

Motoristas do sistema de transporte irregular em Recife fecharam ontem ruas e pontes, no segundo protesto em dez dias contra a lei que regulamenta a atividade e reduz a frota circulante de vans e Kombis de 1.200 para 252.
Um ônibus foi incendiado em Jaboatão dos Guararapes, na região metropolitana, e outros seis veículos tiveram pneus furados.
Vários incidentes envolvendo manifestantes e policiais militares foram registrados, mas ninguém se feriu. Até o final da tarde, 23 pessoas haviam sido detidas.
Antes das ações, a PM apreendeu com perueiros dois radiotransmissores e gravou conversas que ligariam manifestantes ao vandalismo. "Atenção homens-bomba, atenção homens-bomba, começar a explodir os ônibus", ordenou um homem, pelo rádio, segundo a gravação. "Positivo, positivo, estou aqui com 11 homens-bomba para explodir os ônibus", responde outra pessoa.
O protesto começou de manhã. Como a polícia impediu que a rua em frente à Assembléia Legislativa fosse fechada, perueiros bloquearam a ponte Santa Isabel (centro), sobre o rio Capibaribe.
Após tumulto, a ponte foi liberada. Na periferia, manifestantes atearam fogo em troncos e pneus.
No final da manhã, os perueiros cercaram a Prefeitura de Recife para reivindicar a presença do prefeito João Paulo (PT), que não estava no local. A avenida Martin Luther King, em frente à prefeitura, foi bloqueada por cerca de 200 veículos. A PM conseguiu desimpedir uma das pistas, mas o protesto seguia até o final da tarde.
Ao contrário do protesto da semana passada, só um dos dois sindicatos que representam a categoria participou das ações. Com isso, 50% das lotações circularam.
Segundo a EMTU (Empresa Metropolitana de Transporte Urbano), as 1.200 vans e Kombis transportam 200 mil pessoas por dia, e os 2.000 ônibus, 1,5 milhão.
"O movimento extrapolou os limites", diz Renato da Silva Filho, secretário-executivo da Secretaria Estadual da Defesa Social. "Usaram tática de guerrilha, estamos tratando com uma quadrilha."
O presidente do SindRecife, José Gonçalves, não foi localizado -seu celular estava desligado.


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