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É mais fácil me copiarem, diz professor
DA REPORTAGEM LOCAL
Carlos Alberto Dabus Maluf, 60, professor titular de
direito civil da USP, rebate os
questionamentos dos alunos
à sua tese e afirma que a contestação se deve ao fato de
seu cargo ser "muito visado".
Ele diz que, mesmo nos casos em que não colocou aspas nos parágrafos reproduzidos, fez referências aos autores por notas de rodapé.
"O plagiário não indica coisa nenhuma. O sujeito simplesmente rouba a idéia, a
frase, e não dá referência",
afirmou. "Confesso que realmente não coloquei aspas.
Mas ele está citado no rodapé. Não está escondido", disse Dabus Maluf.
"É mais fácil as pessoas me
copiarem do que eu copiar
outras pessoas", afirmou ele,
em referência ao seu currículo, no qual, além da experiência de mais de 30 anos na
área, destaca-se como membro da comissão constituída
para apresentar sugestões ao
novo Código Civil, de 2002.
O professor titular disse
que, a princípio, a única mudança que faria hoje é a inclusão de aspas no capítulo
que reproduz texto de Paulo
Barbosa Campos Filho.
"O único que talvez pudesse dar essa celeuma é a questão do Paulo Barbosa. Agora,
com todo respeito: fazer um
carnaval de batalha por causa do Paulo Barbosa, porque
ele foi citado três vezes naquele capítulo, é um pouco
demais", afirmou. "Não posso ter meu nome assim [prejudicado] por causa de um
pecadilho, digamos assim."
Em relação à reprodução
de frases da professora francesa Catherine Guelfucci-Thibierge, também citada
pelos estudantes, Dabus Maluf diz que se trata de uma
"tradução livre" e que, por
esse motivo, não requer aspas. Considera estar entendido pelo título e por notas
de rodapé que essas páginas
da tese são "uma tradução livre" dela.
O professor titular da USP
também negou os questionamentos dos estudantes sobre
a inclusão em notas de rodapé de livros que, na interpretação dos estudantes, não teriam sido consultados diretamente por ele.
Dabus Maluf ressaltou ter
uma biblioteca com livros
antigos e raros. Como argumento de defesa, afirmou
que incluiu em sua tese nome e sobrenome completo
de um autor -que em outras
obras só é citado pelo nome.
O professor disse que uma
das contestações dos alunos
à obra de Georges Lutzesco
se baseia numa edição diferente (de 1978) da que ele
consultou (de 1945).
A reitoria da USP divulgou
nota dizendo que "denúncias
sobre plágio na universidade
são apuradas por comissões
específicas e a reitoria somente se posiciona após a
completa elucidação do caso
e exame anterior dos órgãos
colegiados competentes".
(AI e RS)
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