São Paulo, quinta-feira, 12 de junho de 2008

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Ensino fundamental atinge meta de 2009

Índice que mede educação para os mais jovens alcançou 4,2, enquanto previsão para 2007 era que nota fosse de 3,9

Apesar de ter comemorado os números do Ideb, ministro da Educação, Fernando Haddad, diz que resultado é pior do que regular

ANTÔNIO GOIS
DA SUCURSAL DO RIO

ANGELA PINHO
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O aumento das médias dos alunos, especialmente em matemática, e a diminuição da reprovação fizeram com que, de 2005 para 2007, o país melhorasse os indicadores de qualidade da educação. O avanço foi mais visível no ensino fundamental. No ensino médio, praticamente não houve melhoria.
Os novos dados a respeito da qualidade da educação brasileira foram apresentados ontem pelo MEC (Ministério da Educação) em Brasília na divulgação do Ideb (Índice de Desenvolvimento da Educação Brasileira). Trata-se de um indicador que leva em conta tanto o aprendizado dos alunos, medido em testes de matemática e português, quanto os percentuais de aprovação.
Numa escala de zero a dez, o ensino fundamental em seus anos iniciais (da primeira à quarta série) teve nota 4,2 em 2007. Em 2005, a nota fora 3,8. Nos anos finais (quinta a oitava), a alta foi de 3,5 para 3,8. No ensino médio, de 3,4 para 3,5.
Embora tenha comemorado o aumento da nota, ela ainda foi considerada "pior do que regular" pelo ministro da Educação, Fernando Haddad.
É por meio do Ideb que o MEC monitora as metas de melhoria da qualidade estipuladas até 2022. O objetivo é chegar às médias dos países desenvolvidos -6 na quarta série, 5,5 na oitava e 5,2 no ensino médio.
De dois em dois anos, há uma meta intermediária. Para 2007, as metas do Brasil foram superadas, e o país já atingiu, inclusive, a de 2009, que era de 4,2.
No caso do ensino fundamental, o avanço é coerente com outras avaliações do MEC, que, em 2005, já identificavam uma melhoria, ainda que tímida, no desempenho da quarta série. Já no ensino médio, os resultados não foram tão positivos, mesmo considerando que as metas de melhoria eram bastante tímidas nessa fase.
Quando se analisa cada Estado, dez não conseguiram atingir suas metas: Rio Grande do Sul, Piauí, Pernambuco, Rio, Alagoas, Goiás, Amapá, Pará, Espírito Santo e Sergipe. Nos três primeiros, o índice ficou estável. Nos últimos, piorou.
Uma análise menos superficial nos dados do ensino médio mostra que o Ideb desse nível só melhorou de 3,4 para 3,5 por causa de um avanço, bastante modesto, no percentual de estudantes aprovados.
Esse percentual variou de 2005 para 2007 de 77,2% para 77,8%. No que diz respeito ao desempenho dos alunos em matemática e português (a segunda dimensão levada em conta no Ideb), a nota do ensino médio ficou estável em 4,4.

Matemática
A melhoria do ensino fundamental é explicada principalmente pela nota em matemática. Na disciplina, a média foi de 4,7 para 5,1, na quarta série, e de 4,7 para 4,9, na oitava. Em português, os avanços foram menores: de 4,5 para 4,6, na quarta, e de 4,4, para 4,5 na oitava.
Outro fator que contribuiu para o desempenho melhor no ensino fundamental é que a população com idade adequada para esse nível (sete a dez anos) está estável e com tendência de diminuição -pela queda nas taxas de fecundidade. O percentual de crianças fora da escola nessa faixa etária desde 2002 está abaixo de 3%.
O mesmo não ocorre no ensino médio, onde há 18% da população de 15 a 17 anos fora da escola e outros 34% estão atrasados (ainda no fundamental).


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