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Ensino fundamental atinge meta de 2009
Índice que mede educação para os mais jovens alcançou 4,2, enquanto previsão para 2007 era que nota fosse de 3,9
Apesar de ter comemorado os números do Ideb, ministro da Educação, Fernando Haddad, diz que resultado
é pior do que regular
ANTÔNIO GOIS
DA SUCURSAL DO RIO
ANGELA PINHO
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O aumento das médias dos
alunos, especialmente em matemática, e a diminuição da reprovação fizeram com que, de
2005 para 2007, o país melhorasse os indicadores de qualidade da educação. O avanço foi
mais visível no ensino fundamental. No ensino médio, praticamente não houve melhoria.
Os novos dados a respeito da
qualidade da educação brasileira foram apresentados ontem
pelo MEC (Ministério da Educação) em Brasília na divulgação do Ideb (Índice de Desenvolvimento da Educação Brasileira). Trata-se de um indicador
que leva em conta tanto o
aprendizado dos alunos, medido em testes de matemática e
português, quanto os percentuais de aprovação.
Numa escala de zero a dez, o
ensino fundamental em seus
anos iniciais (da primeira à
quarta série) teve nota 4,2 em
2007. Em 2005, a nota fora 3,8.
Nos anos finais (quinta a oitava), a alta foi de 3,5 para 3,8. No
ensino médio, de 3,4 para 3,5.
Embora tenha comemorado
o aumento da nota, ela ainda foi
considerada "pior do que regular" pelo ministro da Educação,
Fernando Haddad.
É por meio do Ideb que o
MEC monitora as metas de melhoria da qualidade estipuladas
até 2022. O objetivo é chegar às
médias dos países desenvolvidos -6 na quarta série, 5,5 na
oitava e 5,2 no ensino médio.
De dois em dois anos, há uma
meta intermediária. Para 2007,
as metas do Brasil foram superadas, e o país já atingiu, inclusive, a de 2009, que era de 4,2.
No caso do ensino fundamental, o avanço é coerente
com outras avaliações do MEC,
que, em 2005, já identificavam
uma melhoria, ainda que tímida, no desempenho da quarta
série. Já no ensino médio, os resultados não foram tão positivos, mesmo considerando que
as metas de melhoria eram bastante tímidas nessa fase.
Quando se analisa cada Estado, dez não conseguiram atingir suas metas: Rio Grande do
Sul, Piauí, Pernambuco, Rio,
Alagoas, Goiás, Amapá, Pará,
Espírito Santo e Sergipe. Nos
três primeiros, o índice ficou
estável. Nos últimos, piorou.
Uma análise menos superficial nos dados do ensino médio
mostra que o Ideb desse nível
só melhorou de 3,4 para 3,5 por
causa de um avanço, bastante
modesto, no percentual de estudantes aprovados.
Esse percentual variou de
2005 para 2007 de 77,2% para
77,8%. No que diz respeito ao
desempenho dos alunos em
matemática e português (a segunda dimensão levada em
conta no Ideb), a nota do ensino médio ficou estável em 4,4.
Matemática
A melhoria do ensino fundamental é explicada principalmente pela nota em matemática. Na disciplina, a média foi de
4,7 para 5,1, na quarta série, e de
4,7 para 4,9, na oitava. Em português, os avanços foram menores: de 4,5 para 4,6, na quarta, e de 4,4, para 4,5 na oitava.
Outro fator que contribuiu
para o desempenho melhor no
ensino fundamental é que a população com idade adequada
para esse nível (sete a dez anos)
está estável e com tendência de
diminuição -pela queda nas
taxas de fecundidade. O percentual de crianças fora da escola nessa faixa etária desde
2002 está abaixo de 3%.
O mesmo não ocorre no ensino médio, onde há 18% da população de 15 a 17 anos fora da
escola e outros 34% estão atrasados (ainda no fundamental).
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