São Paulo, quinta-feira, 12 de junho de 2008

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Para Haddad, exame fez escolas se preocuparem

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O ministro da Educação, Fernando Haddad, atribuiu parte da melhoria do Ideb à divulgação dos indicadores educacionais por escola e por município, que começou durante a sua gestão.
Para ele, essa divulgação fez com que as escolas tivessem um diagnóstico mais preciso dos problemas e passassem a se preocupar com o que era cobrado nos exames nacionais, por exemplo.
"O casamento entre o que se ensina e o que se avalia pelos exames nacionais foi essencial", disse o ministro ontem em entrevista coletiva, acrescentando que os resultados irão pesar nas eleições municipais deste ano.
As primeiras notas divulgadas por Estado e por escola foram as do Enem (Exame Nacional do Ensino Médio) de 2005, no ano seguinte, sob a gestão de Haddad e de Reynaldo Fernandes, atual presidente do Inep -o instituto que consolida os resultados.
O ministro diz ter sofrido pressão, dentro e fora do MEC, para que os resultados não fossem divulgados. Ele chegou a comparar a divulgação a um ato de "coragem".
"Não só houve uma resistência enorme como uma incredulidade se o MEC teria coragem de fazer [os resultados individualizados] e divulgar metas", afirmou.
No ano passado, após a divulgação pelo MEC das notas por Estado do Pisa -exame internacional de leitura, ciência e matemática-, o governador de São Paulo, José Serra (PSDB), acusou o ministro de fazer uso político dos dados. Na ocasião, Haddad havia dito que esperava um resultado melhor do Estado do governador tucano.

"Melhor dos mundos"
Haddad afirmou que a queda na repetência e a melhora nas notas são "o melhor dos mundos".
Ele comemorou o que considerou uma "reversão do processo histórico" de piora nos indicadores educacionais, que ocorre desde 1995. Evitou, porém, dizer se isso é permanente. "A avaliação precisa mostrar consistência no tempo."


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