São Paulo, domingo, 12 de junho de 2011 |
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Prefeitura planeja "reinvenção" da frota de trólebus São Paulo quer substituir seus 200 ônibus elétricos por novos modelos e ampliar presença deles em corredores Primeiro veículo novo deve chegar no mês que vem, afirma o governo; substituição da frota era promessa de campanha EVANDRO SPINELLI DE SÃO PAULO Eles são apenas 200 entre quase 15 mil. São silenciosos, confortáveis e não poluem. E todo mundo que já utilizou um se lembra do quanto teve que esperar até que o cobrador, ou o próprio motorista, recolocasse o cabo que soltou do sistema elétrico. Nos últimos anos, os trólebus andaram um pouco esquecidos na cidade. Mas, de olho na imagem de "prefeito verde", Gilberto Kassab (PSD) quer "reinventá-los" e substituir toda a frota atual. Depois, a meta é ampliar ainda mais a presença dos ônibus elétricos, que serão usados, principalmente, em corredores. Uma das ideias é que o futuro corredor da Radial Leste, ainda em projeto, opere com os trólebus. A substituição da frota é uma promessa de campanha e faz parte da Agenda 2012, o plano de metas apresentado por Kassab para sua gestão. O plano previa que cem trólebus fossem substituídos em 2009 e 2010. A informação também consta do contrato das empresas que operam o sistema na zona leste. Porém, apenas 12 veículos novos chegaram no período. A antiga fornecedora saiu do mercado, diz a prefeitura. A "nova geração" está próxima, promete a Secretaria de Transportes. Dois fabricantes apresentaram propostas, e o primeiro novo veículo chega no mês que vem. Além disso, a rede de 201,4 km de cabos será reformada. A empresa que vencer a licitação também terá de dar manutenção no sistema por cinco anos. Vai receber R$ 109 milhões pelo serviço. "É interessante que isso seja feito. A gente sempre fica cutucando a prefeitura para que novos corredores sejam instalados e que o sistema não fique estagnado", disse Jorge Moraes, da ONG Respira São Paulo e projetista de redes eletrificadas aéreas. Ele diz, por exemplo, que o corredor de ônibus da avenida Celso Garcia está subutilizado e comportaria muitos mais trólebus que os atuais. Marcelo Branco, secretário de Transportes, também defende a ideia. Segundo ele, após a substituição da frota atual, a meta é incrementar áreas com rede, mas sem trólebus funcionando -como, por exemplo, o corredor de ônibus Casa Verde-Centro. Do total de 201,4 km de redes aéreas de São Paulo, implantados principalmente na década de 1980, só 137 km são usados atualmente. GANHO AMBIENTAL O principal argumento para o reforço dos trólebus é o ganho ambiental. Mas há ganho financeiro também, garante Marcelo Branco. "O trólebus custa o dobro do ônibus comum [que tem um valor aproximado de R$ 300 mil], mas também dura o dobro, e a manutenção é mais barata", diz. Resta resolver um problema do sistema, segundo críticos: a poluição visual gerada pelos fios expostos e pelos postes que os seguram. Isso poderia ser minimizado com o uso de postes ornamentais. COMPARAÇÕES A "pequena" frota de 200 trólebus, 1,3% dos ônibus da cidade, é maior que toda a frota de capitais como Palmas (TO) e Porto Velho (RO). As 11 linhas com ônibus elétricos transportam 2,3 milhões de pessoas por mês. Texto Anterior: Condomínios têm entrada VIP para o parque Villa-Lobos Próximo Texto: Área metropolitana de São Paulo abriga "áfricas e europas" Índice | Comunicar Erros |
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