São Paulo, domingo, 12 de junho de 2011 |
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Área metropolitana de São Paulo abriga "áfricas e europas" Nova região será criada com 39 cidades e níveis de desenvolvimento de países como Noruega e Djibuti Região Metropolitana vai ser oficializada na quinta-feira pelo governador Geraldo Alckmin (PSDB) JOSÉ BENEDITO DA SILVA DE SÃO PAULO De um lado, São Caetano, com índices de qualidade de vida próximos aos da Noruega e Austrália, líderes mundiais; do outro, Francisco Morato e Embu-Guaçu, com taxas iguais à da Albânia e inferiores à do Panamá. A nova Região Metropolitana de São Paulo, que o governador Geraldo Alckmin (PSDB) instalará oficialmente na quinta-feira, nasce sob o signo da desigualdade. O quadro, reconhece o governo, é a maior ameaça à consolidação da metrópole de 19,7 milhões de habitantes (metade da população paulista) e 10,2% do PIB do país. O cenário é fruto de décadas de falta de planejamento e entrave para a região pois, entre outros pontos, aumenta os deslocamentos atrás de emprego, saúde e educação. Para evitar a disputa predatória por verbas, a estratégia é fortalecer o Conselho de Desenvolvimento, com Estado e prefeitos das 39 cidades. É ele quem vai definir as prioridades e investimentos. O governo, diz Edson Aparecido, secretário do Desenvolvimento Metropolitano, vai usar as definições para elaborar o Orçamento e o Plano Plurianual, a partir de 2012. "PATO MANCO" A metrópole terá cinco sub-regiões. As prioritárias são norte e leste, com baixos índices de qualidade de vida, renda, atividade econômica e oferta de serviços públicos e altas taxas de mortalidade, evasão escolar e violência. "A ideia é direcionar para lá setores da produção, porque não dá mais para construir trem, metrô, para deslocar milhares de pessoas. A metrópole não pode ser um pato manco", diz Aparecido. A metrópole "manca" em várias áreas. Em mortalidade infantil, há índices canadense, como o de Guararema (5,1 mortes de crianças com menos de 1 ano a cada mil nascidas vivas), e líbio, como o de Rio Grande da Serra (21,2). Estudo divulgado semana passada pela Câmara de SP mostra que o PIB per capita da região é 80% superior ao do país, mas 22 dos 39 municípios que a compõem têm índice abaixo da média nacional. O pior deles, o de Francisco Morato (R$ 4.834), é inferior ao do Djibuti, país pobre do norte da África (R$ 5.010). Para o urbanista Kazuo Nakano, do Instituto Pólis, a falta de pólos que distribuam as demandas da metrópole é o problema central. Ele diz que é preciso, porém, ter cuidado com estratégia e execução. "Há muitas obras sem planos e muitos planos sem obras." FOLHA.com Veja os índices das cidades da nova Região Metropolitana em folha.com.br/ct928573 Texto Anterior: Prefeitura planeja "reinvenção" da frota de trólebus Próximo Texto: Frase Índice | Comunicar Erros |
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