São Paulo, Sábado, 12 de Junho de 1999
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PM procura grampo telefônico em gabinete de vereador do PT

da Reportagem Local

A pedido do vereador José Eduardo Cardozo (PT), presidente da extinta CPI da máfia da propina, a assessoria militar da Câmara Municipal fez ontem uma varredura para procurar grampos telefônicos no gabinete do vereador Carlos Neder, também do PT.
A varredura foi mais um capítulo do clima de tensão existente entre Cardozo e a vereadora Maeli Vergniano (sem partido), que teve a cassação de seu mandato pedida pela CPI da máfia da propina.
O curioso nessa "guerra" é que Cardozo, que é advogado e professor universitário, deu aulas a Maeli em um curso preparatório para concursos de ingresso no Ministério Público e na magistratura. Maeli não foi aprovada.
A guerra entre o mestre e a aluna teve início em 29 de maio, quando Maeli depôs à CPI. No depoimento, ela teve uma crise de choro e afirmou que Cardozo a estava intimidando. Além disso, Maeli disse que suspeitava que ele tivesse grampeado seus telefones.
Anteontem, Maeli voltou à carga enviando carta a vereadores pedindo ajuda para não ser cassada, Na carta, ela se dizia vítima de um complô armado por Cardozo para prejudicá-la e voltou a falar no grampo telefônico. Maeli também está colhendo assinaturas para abrir um processo de cassação do mandato de Cardozo.
Ontem, Neder afirmou que homens ficaram rondando seu gabinete, que é vizinho ao de Maeli.
Neder e Cardozo conversaram e suspeitaram que os homens fossem funcionários de Maeli dispostos a colocar grampos nos telefones dela e de Neder. Em seguida, ela pediria para fazer uma varredura, segundo Cardozo, e acusaria o PT de escuta telefônica. Os dois petistas, então, procuraram a PM na Câmara e fizeram um BO no 1º DP. Na varredura feita no gabinete de Neder, nada foi encontrado. (OTÁVIO CABRAL)


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