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NA JUSTIÇA
Vítimas afirmaram ter pago propina a assessores de Viscome, mas nenhuma delas disse ter tido contato com ele
Testemunhas confirmam esquema na Penha
da Reportagem Local
Oito testemunhas de acusação confirmaram ontem em
depoimento à
Justiça que havia um esquema
de recolhimento
de propina na Administração Regional da Penha, que era controlada politicamente pelo vereador Vicente Viscome (expulso do PPB).
Mas nenhuma das testemunhas
afirmou ter dado dinheiro ao vereador, que está preso há 82 dias
no 29º DP (Vila Diva, zona sudeste
de SP), acusado de concussão e
formação de quadrilha.
Cinco testemunhas eram donas
de barracas de frutas na avenida
Tiquatira, na Penha: Clemildo Geraldo dos Santos, Éricles Clemente, Alex Sandro Guimarães de Lima, José Dionízio Santana e Valdenor Guimarães de Lima. Os cinco
afirmaram que pagavam R$ 100
por semana ao coronel Ivan Márcio Gitahy, ex-assessor técnico da
regional, nomeado por Viscome.
Todos, com exceção de Santana,
reconheceram Gitahy, que acompanhava os depoimentos ao lado
dos outros réus, todos algemados.
Nenhum deles afirmou ter tido
contato com o vereador, mas todos
os depoentes afirmaram ter pago
propina na época em que Viscome
controlava a regional.
Valdenor Lima, além de reconhecer Gitahy, reconheceu Tânia
de Paula, ex-namorada e assessora
do vereador. Segundo ele, Tânia
lhe extorquiu R$ 1.500 para que ele
pudesse montar uma barraca para
vender frutas e verduras.
Outra vítima de extorsão, o funcionário público José Tomazo Pereira, contou que teve que dar quatro cheques de R$ 250 à fiscal Eliane Bittante para não ter sua obra
embargada. Como continuava
sendo extorquido, ele sustou o último cheque e procurou a polícia.
Extorsão semelhante narrou o
dono de posto de gasolina Ricardo
Maruyama. Para não ter sua obra
embargada, ele afirma ter dado
dois cheques de R$ 1.000 ao ex-administrador regional Osvaldo
Morgado da Cruz.
A última testemunha a depor, o
comerciante Nelson Tamada, contou ter sido multado em R$ 30 mil
por irregularidades em uma obra.
Ele procurou a regional e disse que
Eliane Bittante pediu R$ 10 mil para anular a multa. Para o Ministério Público, os depoimentos comprovaram mais uma vez que havia
um esquema de corrupção comandado por Viscome.
Mas para o advogado Ademar
Gomes, que defende Viscome, nenhuma testemunha acusou diretamente o vereador, o que evidencia
sua inocência. Por isso, ele espera
que Viscome seja solto em uma semana. Mas, anteontem, sua liberdade ficou mais distante. Por unanimidade, a 5ª Câmara Criminal
do Tribunal de Justiça negou habeas corpus ao vereador.
(OC)
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