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Protesto abre reunião na Tailândia
DA REDAÇÃO
Cerca de mil manifestantes protestaram ontem em frente ao local
onde acontece a maior conferência da história sobre Aids, em
Bancoc (Tailândia), pedindo medicamentos mais baratos, para
mais pessoas. Como forma de
protesto, todos os manifestantes
sentaram-se no chão. Depois, em
torno de 20 pessoas vaiaram o primeiro-ministro tailandês, Thaksin Shinawatra, durante o seu discurso, já dentro da conferência.
Os manifestantes carregavam
cartazes com os dizeres "Chega de
mentiras" e "Metadona já", em
referência à droga para tratar dependentes de heroína, que permanece ilegal na Tailândia. No
Brasil, a substância é usada para
tratar a dor. Os usuários de drogas
injetáveis estão mais expostos a
riscos de contaminação, então o
combate ao vício é uma forma de
luta contra a Aids também.
Em sua fala, o primeiro-ministro tailandês dizia justamente
que, "no passado, o uso de drogas
era visto como um crime que merecia punição severa. Agora, nossa mentalidade mudou. Vemos os
usuários de drogas como pacientes que precisam de tratamento e
do nosso apoio".
A conferência reúne cerca de 20
mil participantes, entre cientistas,
ativistas e líderes mundiais, para
discutir como dar tratamento aos
aproximadamente 38 milhões de
vítimas da infecção. O secretário-geral das Nações Unidas, Kofi Annan, criticou os líderes mundiais
por não fazer o bastante para
combater a maior epidemia da
história e chamou a atenção também para o fato de as mulheres estarem se tornando cada vez mais
vítimas, inconscientemente.
Três anos depois de os líderes
terem prometido, na ONU, derrotar a epidemia, houve progressos
em várias áreas, disse Annan. "E,
no entanto, ainda não fizemos o
bastante", afirmou. "Precisamos
que os líderes de todas as nações
demonstrem que falar sobre Aids
é motivo de orgulho, não de vergonha. Não deve haver mais cabeças escondidas na areia, não há
mais o que esconder por trás de
um véu de apatia", falou Annan.
Dos 38 milhões de pessoas infectadas com o HIV, 25 milhões
estão na África sub-saariana e 7,6
milhões na Ásia.
Com agências internacionais
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