São Paulo, segunda-feira, 12 de julho de 2004

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Protesto abre reunião na Tailândia

DA REDAÇÃO

Cerca de mil manifestantes protestaram ontem em frente ao local onde acontece a maior conferência da história sobre Aids, em Bancoc (Tailândia), pedindo medicamentos mais baratos, para mais pessoas. Como forma de protesto, todos os manifestantes sentaram-se no chão. Depois, em torno de 20 pessoas vaiaram o primeiro-ministro tailandês, Thaksin Shinawatra, durante o seu discurso, já dentro da conferência.
Os manifestantes carregavam cartazes com os dizeres "Chega de mentiras" e "Metadona já", em referência à droga para tratar dependentes de heroína, que permanece ilegal na Tailândia. No Brasil, a substância é usada para tratar a dor. Os usuários de drogas injetáveis estão mais expostos a riscos de contaminação, então o combate ao vício é uma forma de luta contra a Aids também.
Em sua fala, o primeiro-ministro tailandês dizia justamente que, "no passado, o uso de drogas era visto como um crime que merecia punição severa. Agora, nossa mentalidade mudou. Vemos os usuários de drogas como pacientes que precisam de tratamento e do nosso apoio".
A conferência reúne cerca de 20 mil participantes, entre cientistas, ativistas e líderes mundiais, para discutir como dar tratamento aos aproximadamente 38 milhões de vítimas da infecção. O secretário-geral das Nações Unidas, Kofi Annan, criticou os líderes mundiais por não fazer o bastante para combater a maior epidemia da história e chamou a atenção também para o fato de as mulheres estarem se tornando cada vez mais vítimas, inconscientemente.
Três anos depois de os líderes terem prometido, na ONU, derrotar a epidemia, houve progressos em várias áreas, disse Annan. "E, no entanto, ainda não fizemos o bastante", afirmou. "Precisamos que os líderes de todas as nações demonstrem que falar sobre Aids é motivo de orgulho, não de vergonha. Não deve haver mais cabeças escondidas na areia, não há mais o que esconder por trás de um véu de apatia", falou Annan.
Dos 38 milhões de pessoas infectadas com o HIV, 25 milhões estão na África sub-saariana e 7,6 milhões na Ásia.


Com agências internacionais

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