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Cidades mudam estratégias de alfabetização
DA SUCURSAL DO RIO
Logo que assumiu, na escola
municipal Azevedo Sodré (zona norte do Rio), a responsabilidade de acelerar a alfabetização de 20 alunos com dificuldades, a professora Consuelo Baduê pediu que eles escrevessem
bilhetes no mural com seus
compromissos.
Uma das alunas da turma, de
10 anos, escreveu assim sua
promessa: "Não xigrar as professoras e não jogra lixo no
xão". Os bilhetes continuam
pendurados no mural, mas os
alunos, aos poucos, já começam
a identificar os erros.
"Outro dia, esta aluna me
chamou a atenção, dizendo que
tinha percebido que escrevera
chão com xis", conta ela.
A novidade neste ano na rede
municipal do Rio foi a aplicação, no início do ano letivo, de
um teste para identificar os alunos com necessidade de reforço urgente na alfabetização.
Em cada escola, eles estão
sendo agrupados em turmas
menores e passaram a utilizar
metodologia do Instituto Ayrton Senna, que capacitou os
professores para trabalhar com
seu material didático.
Consuelo conta que uma das
vantagens da metodologia é
que os alunos passaram a ter
uma rotina fixa de trabalho. "Se
eu deixo de dar uma atividade,
eles me cobram", diz.
Ainda não foram feitas avaliações externas na turma para
verificar se houve melhorias. O
que as mães mais têm verificado é o aumento do interesse pela leitura. "Percebi que meu filho passou a ler mais", diz Rosenilda Oliveira, mãe de Jeferson, 9. Mesmo relato fez Aline
Azevedo, mãe de Ana Carolina,
9. "Todo dia ela leva um livro
para casa e faz os deveres."
Estratégias
Outras redes que já elaboraram seus diagnósticos a partir
de avaliações próprias ou da
Provinha Brasil também tiveram que reforçar as ações de alfabetização de crianças.
No Distrito Federal, por
exemplo, a decisão foi dobrar o
número de centros de referências de alfabetização, escolas-modelo que criam uma equipe
própria para ajudar outras unidades a melhorar seus indicadores. "Cada equipe é responsável por ajudar de sete a oito
escolas", diz Fábio Pereira, gerente de ensino fundamental.
Em Belo Horizonte, Sérgio
Eustáquio da Silva, da gerência
de avaliação e políticas educacionais, diz que a estratégia foi
aumentar o quadro docente.
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