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PF indaga religião de passageiros de voo a Paris
Suspeita de bomba obrigou avião a desviar
FÁBIO GUIBU
DE RECIFE
GIULIANA MIRANDA
DE SÃO PAULO
Primeiro, o susto. Um pouso não programado em Recife. Em seguida, no aeroporto,
os passageiros do voo 443 da
Air France passaram a ser interrogados pela Polícia Federal de Pernambuco
"Passamos pelo raio-x,
abriram nossas bagagens de
mão e perguntaram para onde iríamos, quanto tempo ficaríamos, sobre a nossa religião e se tínhamos parentes
no Oriente Médio", afirmou o
aposentado Odilon Gama,
52. Ele viajava no avião com a
mulher e a filha.
De acordo com a PF, perguntas sobre religião e relações com o Oriente Médio fazem parte do procedimento
padrão nesse tipo de caso.
O aposentado disse que a
operação envolveu cerca de
30 policiais e foi feita em um
recinto destinado aos 405
passageiros e 18 tripulantes.
O Boeing 747, que fazia a
rota Rio-Paris, foi vistoriado,
mas nada foi encontrado. O
avião decolou novamente
ontem, às 21h52.
"Parecia cena de filme",
comparou Gama. "No sábado, o avião saiu do Rio às
16h30 e pousou às 20h."
Os passageiros ficaram
três horas no aeroporto e depois foram para o hotel.
Durante o voo, disse Gama, tudo parecia normal. Depois do jantar, o comandante
avisou sobre o desvio, que levaria 32 minutos, sem explicar o motivo da manobra.
"Nessa hora, passou tudo
pela minha cabeça: bomba,
sequestro e, principalmente,
o acidente com o Airbus da
Air France." Em maio de
2009, um avião que fazia a
mesma rota caiu no mar com
228 pessoas a bordo.
A causa do desvio só foi revelada em terra. O alerta de
bomba, diz a PF, surgiu por
ligação anônima, às 18h30.
Uma voz feminina estava do
outro lado da linha. O piloto
recebeu o aviso via rádio.
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