São Paulo, segunda-feira, 12 de julho de 2010

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PF indaga religião de passageiros de voo a Paris

Suspeita de bomba obrigou avião a desviar

FÁBIO GUIBU
DE RECIFE
GIULIANA MIRANDA
DE SÃO PAULO

Primeiro, o susto. Um pouso não programado em Recife. Em seguida, no aeroporto, os passageiros do voo 443 da Air France passaram a ser interrogados pela Polícia Federal de Pernambuco
"Passamos pelo raio-x, abriram nossas bagagens de mão e perguntaram para onde iríamos, quanto tempo ficaríamos, sobre a nossa religião e se tínhamos parentes no Oriente Médio", afirmou o aposentado Odilon Gama, 52. Ele viajava no avião com a mulher e a filha.
De acordo com a PF, perguntas sobre religião e relações com o Oriente Médio fazem parte do procedimento padrão nesse tipo de caso.
O aposentado disse que a operação envolveu cerca de 30 policiais e foi feita em um recinto destinado aos 405 passageiros e 18 tripulantes.
O Boeing 747, que fazia a rota Rio-Paris, foi vistoriado, mas nada foi encontrado. O avião decolou novamente ontem, às 21h52.
"Parecia cena de filme", comparou Gama. "No sábado, o avião saiu do Rio às 16h30 e pousou às 20h."
Os passageiros ficaram três horas no aeroporto e depois foram para o hotel.
Durante o voo, disse Gama, tudo parecia normal. Depois do jantar, o comandante avisou sobre o desvio, que levaria 32 minutos, sem explicar o motivo da manobra.
"Nessa hora, passou tudo pela minha cabeça: bomba, sequestro e, principalmente, o acidente com o Airbus da Air France." Em maio de 2009, um avião que fazia a mesma rota caiu no mar com 228 pessoas a bordo.
A causa do desvio só foi revelada em terra. O alerta de bomba, diz a PF, surgiu por ligação anônima, às 18h30. Uma voz feminina estava do outro lado da linha. O piloto recebeu o aviso via rádio.


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