São Paulo, terça-feira, 12 de julho de 2011

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FOCO

Casa no Rio abriga crianças e adolescentes viciados em crack

LUIZA SOUTO
DO RIO

Quando A. conheceu o crack, tinha apenas oito anos. Viciada, foi abandonada pela mãe aos dez, quando já roubava para sustentar o vício. Apanhava da família, já foi amarrada por bandidos para morrer. Hoje, com 14, busca força de gente grande para passar pela desintoxicação.
A. está internada desde o dia 29 com mais nove menores na Casa Viva, inaugurada em maio, na zona sul do Rio, para a reabilitação de crianças e adolescentes usuários de crack. O espaço recebe jovens de 8 a 14 anos em estado crítico de dependência.
Eles chegam encaminhados por abrigos ou pela polícia -em maio, a prefeitura determinou que sejam internados mesmo contra a sua vontade ou a de parentes.
"Não há um tempo certo de internação. Leva-se de 30 a 40 dias só para a criança começar a responder a algum tipo de tratamento", diz Cláudia de Castro, da 2ª Coordenadoria de Assistência Social da prefeitura.
A criança é assistida por cinco profissionais, de enfermeiros a psicólogos. Quando chega à casa, passa por exame clínico completo para verificar a existência de doenças como pneumonia, tuberculose ou DSTs.
Segundo Cláudia, alguns internos ficam agressivos durante a desintoxicação. Eles têm hora para brincar, comer e dormir. Não há aulas e as brincadeiras são livres.
"O crack enguiça a pessoa. Eu sentia onda e esquecia até o caminho de casa", relata o menino W., 13.
Quando o menor apresenta uma melhora, agentes sociais verificam se a família tem estrutura para recebê-lo.
"Não sendo possível, a gente tem uma rede de abrigos própria e conveniada, além da família acolhedora", explica Cláudia.


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