UOL


São Paulo, terça-feira, 12 de agosto de 2003

Próximo Texto | Índice

URBANISMO

Planos diretores prevêem obras viárias e quatro operações urbanas para atrair empresas e mudar perfil da região

Prefeitura quer indústrias na zona leste

SIMONE IWASSO
DA REPORTAGEM LOCAL

Os planos diretores regionais dos bairros da zona leste de São Paulo prevêem a criação de mecanismos para atrair indústrias para a região, que abriga grande parte da população carente da cidade.
Além disso, de acordo com os projetos em análise pela Câmara Municipal, o local deve ser palco de quatro operações urbanas - projetos de melhoria de uma determinada região, financiados em parte pelo setor privado. Na zona norte, por exemplo, há previsão de apenas uma operação urbana.
Para incentivar a ocupação de terrenos vazios no extremo leste e de galpões abandonados em bairros mais consolidados, como a Mooca, a prefeitura pretende ampliar e criar avenidas na região. Com isso, acredita que atrairá indústrias de alta tecnologia, não-poluentes e que convivem com usos residenciais.
A nova malha viária projetada para a região prevê a interligação entre o ABC e Guarulhos pela avenida Jacu-Pêssego, a extensão da Radial Leste até Guaianases e a abertura de uma via de apoio sul, paralela à marginal Tietê, ligando o Bom Retiro à Penha.
A intenção da prefeitura é mudar o atual perfil das 11 subprefeituras, do total de 31, que formam a zona leste: de bairros dormitórios, com carência de infra-estrutura e malha viária, para uma região mais desenvolvida, que abrigue atividades industriais, comerciais, de serviços e habitações.
Se colocados em prática, os planos causarão também uma verticalização maior dos bairros, com a criação de edifícios tanto residenciais quanto comerciais, já que a zona leste é formada por zonas mistas e industriais, que permitem usos diversos.
"Existe em andamento todo um projeto de novas atividades na zona leste, que é hoje uma região muito desestruturada. Com as operações urbanas e as novas avenidas, esperamos a instalação de novos empreendimentos, que criem emprego para os moradores da região e mudem o perfil de dormitório", afirmou o secretário de Planejamento, Jorge Wilheim.
Para o secretário, as operações urbanas -principalmente no prolongamento da avenida Jacu Pêssego- ajudarão no desenvolvimento dos bairros mais pobres da zona leste, como São Miguel, Itaquera e São Mateus.
Segundo uma pesquisa realizada pelo Instituto Pólis há no entorno da Jacu-Pêssego uma série de espaços vazios, que nunca chegaram a ser ocupados. Para essas áreas, a prefeitura espera a instalação de novos empreendimentos, residenciais, industriais leves e comerciais.
"O mais interessante para esses terrenos seria uma mistura de usos, de ações de desenvolvimento. Por exemplo, poderiam ser ocupado por cooperativas locais", afirmou o urbanista e arquiteto Kazuo Nakano, que participou da pesquisa. "A zona leste hoje é muito mais complexa do que era na década de 70 e o uso simplesmente industrial não é o mais recomendado para a região."
As outras operações urbanas se concentram na região mais consolidada da zona leste, formada principalmente por Mooca, Tatuapé, Aricanduva e Penha.
Em uma área mais próxima do centro da cidade, será formada a Operação Urbana Diagonal Sul, delimitada pelo entorno da orla ferroviária, da Mooca até o parque D. Pedro 2º. Serão criadas também as operações Celso Garcia, em toda a extensão do entorno da avenida, e Amador Bueno, localizada em uma das regiões mais desenvolvidas da zona leste.


Próximo Texto: Para urbanista, falta planejamento
Índice


UOL
Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.