|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
SEGURANÇA PÚBLICA
Projeto de lei aprovado simplifica atuação das Forças Armadas nos Estados; falta apenas sanção de Lula
Câmara facilita ação de militar contra crime
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
A Câmara dos Deputados aprovou ontem o projeto de lei complementar que amplia as possibilidades de uso das Forças Armadas na segurança pública do país.
Além de simplificar os mecanismos para a utilização policial do
Exército nos Estados, o projeto
autoriza também a atuação no
combate ao crime nas fronteiras.
A aprovação ocorreu com 344
votos favoráveis e 12 contrários e,
como o texto já foi aprovado pelo
Senado, segue agora para a sanção ou veto do presidente Luiz
Inácio Lula da Silva.
A primeira mudança se dá no
uso das Forças Armadas quando
as policias Civil e Militar dos Estados mostram-se insuficientes para combater a criminalidade ou
para manter a ordem.
Hoje, cabe ao presidente decidir
sobre o emprego do Exército, mas
o governador do Estado tem que
reconhecer formalmente que, na
área de segurança pública, perdeu
o controle da situação.
Com a aprovação do projeto,
quando esgotados os instrumentos próprios do Estado, ou seja,
quando for constatada a insuficiência dos mecanismos habituais
para a manutenção da ordem, o
presidente da República ou o governador poderão reconhecer a
necessidade do emprego das Forças Armadas, cabendo ao presidente ativar a operação.
"Não foi possível, recentemente, o emprego das Forças Armadas no Rio de Janeiro devido justamente a essas exigências", afirmou o deputado Antonio Carlos
Biscaia (PT-RJ), que foi nomeado
ontem, no plenário da Câmara, o
relator do projeto.
Segundo ele, essa exigência -o
governador ter que reconhecer a
perda do controle- representou
o principal empecilho.
A outra modificação permite o
uso das tropas no combate ao crime praticado nas fronteiras, como o tráfico de drogas e o contrabando. Hoje, as Forças Armadas
podem atuar nessas áreas em assuntos que digam respeito à soberania nacional. Com o projeto, terão o poder de polícia.
Além dessas duas modificações,
o projeto regulamenta uma série
de outros pontos sobre o uso de
Exército, Marinha e Aeronáutica
na segurança pública nos casos
específicos, em caráter especial e
por tempo limitado.
"Esse projeto ampliou em muito a possibilidade do emprego das
Forças Armadas em ações que
signifiquem prevenção e repressão ao crime no país", diz Biscaia.
A Aeronáutica e a Marinha, pelo
projeto, atuarão, quando se fizer
necessário, na cooperação aos órgãos federais "na repressão dos
delitos de repercussão nacional
ou internacional". A Aeronáutica,
no "uso do espaço aéreo e de áreas
aeroportuárias". A Marinha, "no
uso do mar, águas interiores e
áreas portuárias", de acordo com
o texto do projeto.
Texto Anterior: Mortes Próximo Texto: Crime hediondo: Proposta de revisão de lei divide Estados Índice
|