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CRIME HEDIONDO
Proposta de revisão de lei divide Estados
DA SUCURSAL DO RIO
DA AGÊNCIA FOLHA
O secretário de Segurança Pública do Estado do Rio de Janeiro,
Anthony Garotinho, afirmou ontem ser contra atenuar penas para
presos que cometeram crimes
considerados hediondos.
O ministro da Justiça, Márcio
Thomaz Bastos, defendeu nesta
semana a revisão da Lei de Crimes
Hediondos, de 1990, que proíbe a
progressão do regime para presos
enquadrados nela.
"Os crimes hediondos deveriam ter pena maior. Devemos
atenuar pena somente para crimes simples, para não levar para
dentro de estabelecimento prisional pessoas por pensão alimentícia ou cheque sem fundo", disse
Garotinho. Com ele concorda o
secretário substituto da Justiça e
da Segurança do Rio Grande do
Sul, Fábio Medina Rosário, para
quem a Lei de Crimes Hediondos
não é a responsável pelo aumento
da criminalidade.
A falta de vagas nas penitenciárias, argumento usado pelo ministro para propor a revisão, não
será resolvida com mudanças na
lei, afirma a secretária da Administração Penitenciária de Pernambuco, Olga Câmara.
Já o secretário da Segurança Pública do Paraná, Luiz Fernando
Delazari, disse concordar integralmente com a proposta do ministro. "Não conheço experiência
no mundo bem-sucedida no
combate à criminalidade com
agravamento de pena. Basta ver
que Estados americanos em que
há pena de morte têm altos índices de criminalidade", disse.
O secretário de Defesa Social de
Minas Gerais, Lúcio Urbano, disse que a lei afronta o princípio
constitucional de individualização da pena por impedir a progressão de regime.
O secretário da Segurança de
São Paulo, Saulo de Castro Abreu
Filho, não quis se manifestar sobre o assunto.
Colaborou a Reportagem Local
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