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VIOLÊNCIA DOMÉSTICA
Menino, que ficava sob a guarda da tia durante o dia, teria sido agredido pelo namorado dela
Criança de 4 anos é espancada até a morte
MARIO HUGO MONKEN
DA SUCURSAL DO RIO
JOÃO PEQUENO
FREE-LANCE PARA A FOLHA
Um garoto de 4 anos foi espancado até a morte na casa da tia, na
favela Baixa do Sapateiro, do
Complexo da Maré, zona norte do
Rio, segundo a Polícia.
Juan Duarte Farias Camilo ficava sob a responsabilidade de uma
tia, de 18 anos, durante o dia,
quando a mãe trabalhava em um
supermercado em Duque de Caxias. O namorado da tia, de 29
anos, foi preso e autuado sob acusação de homicídio na 21ª Delegacia de Polícia (Bonsucesso).
Aos policiais, a tia acusou o namorado pela morte do garoto. Segundo essa versão, ele teria dado
um banho frio e espancado a
criança por ela ter urinado na cama do casal, pela manhã.
A tia disse que, poucas horas depois, foi ao mercado e, quando
voltou, viu o namorado espancando-o novamente.
Segundo depoimento recolhido
pela polícia, antes de bater em
Juan, o rapaz teria gritado que estava "cansado de limpar cocô nas
calças". A mulher disse aos policiais que ajudou o namorado,
mas alegou ter dado "apenas uns
tapinhas".
No hospital, a tia de Juan tentou
dar duas versões diferentes para a
morte do sobrinho. Primeiramente, disse que o menino havia
passado mal por ter comido algo
estragado. Depois, afirmou que
ele havia caído na escada.
Juan chegou ao Hospital Geral
de Bonsucesso às 15h07, com parada cardiorrespiratória, hematomas por todo o corpo, inclusive
na altura dos rins e dos pulmões, e
um corte de três centímetros na
testa. Os médicos tentaram reanimá-lo, mas não conseguiram.
Morreu dez minutos depois.
Depois da morte do sobrinho, a
tia admitiu, segundo policiais de
plantão no hospital, o espancamento. O rapaz, que havia voltado para casa, foi chamado de volta
ao hospital, sob a alegação de que
a mulher estaria sem dinheiro para o ônibus. Então foi preso. Os
policiais precisaram isolá-lo para
que não fosse linchado.
Na 21ª DP, segundo a polícia, o
rapaz admitiu ser traficante na
Baixa do Sapateiro, mas disse que
a mulher é quem teria espancado
o sobrinho. Ela, entretanto, foi arrolada apenas como testemunha
pelo delegado Jáder Amaral.
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