São Paulo, quinta-feira, 12 de agosto de 2004

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SAÚDE PRIVADA

Ministro diz que consenso deve ser anunciado logo, fixando o teto de aumento para planos em 11,75%

Governo prevê acordo sobre reajustes

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
DA REPORTAGEM LOCAL

O ministro Humberto Costa (Saúde) anunciou para os próximos dias um acordo entre governo e operadoras de saúde que fixa em 11,75% o teto para reajuste dos planos em 2004. Com uma solução consensual, o governo quer evitar novas disputas judiciais.
Segundo Costa, a partir da aceitação do índice, o governo poderá discutir regras para migração e adaptação dos planos. O ministro não descarta mudanças na metodologia de cálculo do reajuste anual (feito a partir da média das negociações que acontecem entre planos coletivos e empresas) a partir de novas negociações.
"Um acordo poderá dizer respeito à fórmula do cálculo de reajuste nos anos posteriores ou mudanças no processo da migração."
Empresas que haviam aplicado aumentos superiores a 11,75% vinham sofrendo derrotas na Justiça, como a Medial Saúde, que teve o limite fixado via liminar para reajustes de planos anteriores a 1999. Segundo o Idec (Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor), autor da ação, a empresa havia aplicado aumentos de 25%.
Ao conceder a decisão provisória, a juíza da 13ª Vara Cível Cecília Pinheiro da Fonseca Amendolara não limita a decisão a São Paulo, o que, para entidades de defesa dos consumidores, abrange todos os clientes da empresa no país. Amendolara fixou multa diária de R$ 10 mil em caso de descumprimento da ordem.
Liminar que também restringe os aumentos a 11,75%, da Justiça Federal, já protege clientes da Bradesco Saúde, Itaú e SulAmérica.

Gastos
Costa, que participou ontem à noite da abertura do 14º Congresso Nacional das Santas Casas e Hospitais Filantrópicos, criticou a forma como Estados e municípios gastam os recursos obrigatórios em saúde. "Nenhum projeto que for garantir sustentabilidade do setor vai avançar se os Estados e municípios não investirem."
Segundo Costa, a maioria dos municípios está cumprindo a lei e destinando 15% da receita em saúde. Já os Estados, segundo o ministro, incluem em suas planilhas de saúde gastos com ações "que nada tem a ver"com a área, como saneamento tarifado, pagamento de programas sociais e até vacinação de animais.
(ANA FLOR E FABIANE LEITE)


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