|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
EDUCAÇÃO SUPERIOR
Ministro apóia proposta de deputados paulistas de reservar vagas na USP, na Unesp e na Unicamp
Tarso prega cota de vagas nas estaduais de SP
FERNANDA MENA
DA REPORTAGEM LOCAL
O ministro da Educação, Tarso
Genro, afirmou ontem apoiar o
projeto de lei de deputados estaduais de São Paulo que pretende
instituir um sistema de reserva de
vagas nas universidades estaduais
paulistas -USP (Universidade
de São Paulo), Unesp (Universidade Estadual Paulista) e Unicamp (Universidade Estadual de
Campinas).
A proposta, concluída ontem,
foi anunciada na Assembléia Legislativa de São Paulo durante palestra de Tarso sobre a democratização do acesso à universidade e
foi aplaudida por integrantes do
MSU (Movimento dos Sem Universidade) e da ONG Educafro,
que promove cursos pré-vestibulares para jovens negros -as
duas são engajadas na luta por cotas nas estaduais paulistas. "É
uma política correta de promoção
da coesão social", disse Tarso.
O projeto segue os moldes da
proposta do MEC para a reforma
universitária: define a reserva de
50% das vagas nas universidades
estaduais paulistas para estudantes da escola pública e, dentro desse percentual, de 30% das vagas
para afrodescendentes, de acordo
com o percentual de negros e de
pardos no total da população do
Estado de São Paulo. O projeto teria validade definida de 10 anos.
O deputado Cândido Vacarezza, líder do PT na assembléia, afirmou que a intenção foi a de unificar os vários projetos de cotas raciais e de reserva de vagas para estudantes da rede pública que já
circulavam na Assembléia. "Devemos protocolar o projeto na
terça-feira com as assinaturas de
30 deputados."
Vacarezza afirma que o projeto
tem também a intenção declarada
de promover a procura pelas escolas públicas -já que seus estudantes terão cotas reservadas no
vestibular-, fortalecendo a rede
pública de ensino no Estado.
O reitor da USP, Adolpho José
Melfi, que tem se posicionado
contrariamente a sistemas de cotas, reiterou ser favorável a ações
afirmativas como forma de ampliação do acesso à universidade,
mas destacou que precisa primeiro conhecer o projeto para comentá-lo. "As estaduais paulistas
têm autonomia, mas estão sintonizadas com os problemas sociais. Precisamos ser convencidos
de que isso é uma medida transitória e de como o sistema será
operado. Trata-se de um assunto
que precisa ser pensado em profundidade."
Texto Anterior: Olimpíada: Aluno brasileiro leva ouro em matemática Próximo Texto: Vaias da UNE calam ministro durante palestra Índice
|