DA REPORTAGEM LOCAL

Enquanto os atletas do Brasil se preparam para enfrentar o desafio das Olimpíadas de Atenas, sete brasileiros já trouxeram ao país uma medalha de ouro, três de prata e três de bronze que exigiram bem menos força física -e muito mais esforço intelectual. São vitoriosos na Olimpíada Internacional de Matemática para Estudantes Universitários, finalizada em 29 de julho, na cidade de Skopje, na Macedônia.
A olimpíada teve a participação de delegações de estudantes de mais de 80 universidades de todo o mundo. Dos 11 brasileiros que participaram da competição, o estudante da Universidade Federal do Ceará (UFC) Yuri Gomes Lima levou uma das medalhas de ouro e ficou classificado em primeiro lugar entre os estudantes das Américas e da Europa Ocidental.
"Problemas fáceis não têm graça. O negócio é o desafio. É suar", brinca ele, que cursa matemática e já faz planos para o mestrado.
"Gosto de matemática porque é uma disciplina desafiadora", afirma o medalhista. Para Lima, muitos estudantes não gostam de matemática e vão mal na disciplina porque há professores que "não fazem da matemática algo legal". "Há professor que ensina os alunos a decorar fórmulas, e a matemática não é só isso."

Contradição
Enquanto brasileiros se destacam nas olimpíadas da área, a média dos estudantes do país em matemática no exame internacional Pisa (Programa Internacional de Avaliação do Estudante) de 2003 deixou o Brasil em penúltimo lugar no ranking mundial.
O Indicador Nacional de Alfabetismo Funcional aponta que 32% dos brasileiros entre 15 e 64 anos só reconhecem números em telefones, relógios e calendários; 3% deles não sabem ler nenhum número. (FERNANDA MENA)


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