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Ex-deputado dirigia a 167 km/h, diz laudo
Documento foi anexado ao inquérito policial no Paraná; Fernando Carli Filho é acusado de matar duas pessoas em acidente
Ministério Público terá 15 dias para oferecer denúncia contra acusado, que, em depoimento, disse que não se recordava do acidente
DIMITRI DO VALLE
DA AGÊNCIA FOLHA, EM CURITIBA
O carro conduzido pelo ex-deputado estadual do Paraná
Fernando Carli Filho (sem partido) estava a uma velocidade
entre 167 km/h e 173 km/h ao
atingir o veículo em que estavam os dois jovens que morreram no acidente ocorrido em
maio, em Curitiba. É o que
mostra o laudo do Instituto de
Criminalística do Estado.
O documento foi anexado ao
inquérito policial concluído
ontem pela Polícia Civil do Paraná. O inquérito foi enviado ao
Ministério Público Estadual,
que terá 15 dias para oferecer
denúncia contra o ex-deputado. Carli Filho foi indiciado sob
acusação de duplo homicídio
com dolo eventual (quando é
assumido o risco de matar).
Em depoimento, Carli Filho
tinha dito que não se recordava
do acidente. Procurado pela
Folha, seu advogado não respondeu aos recados ontem.
Investigação
A investigação policial durou
três meses, produziu 668 páginas e ouviu 33 pessoas, entre
elas testemunhas que afirmaram ter visto o ex-deputado
avançar o sinal vermelho com o
carro e atingir o automóvel em
que estavam Gilmar Rafael Yared, 26, e Carlos Murilo de Almeida, 20.
Carli Filho estava proibido
de dirigir por ter acumulado
130 pontos na carteira de habilitação referentes a infrações
de trânsito.
Ele é suspeito de dirigir embriagado no momento do acidente -testemunhas disseram
que o viram em um restaurante
bebendo vinho minutos antes
da colisão, ocorrida na madrugada do dia 7 de maio.
Renúncia
A Assembleia Legislativa do
Paraná chegou a iniciar um
processo para votar um pedido
de cassação do mandato do ex-deputado por quebra de decoro
parlamentar.
Carli Filho, cujo pai, Fernando Carli (PP), é prefeito de Guarapuava, optou por renunciar
ao mandato. Com isso, ele perdeu direito ao foro privilegiado,
mas escapou de se tornar inelegível e poderá se candidatar na
próxima eleição, em 2010.
O delegado Armando Braga
Neto, que conduziu o inquérito
policial, disse que o prazo de 90
dias para concluir as investigações não foi longo.
O advogado de Carli Filho,
Roberto Brzezinski Neto, foi
procurado ontem pela Folha.
Segundo sua assessoria, o advogado estava participando de
uma reunião e ligaria de volta,
o que não ocorreu até a conclusão desta edição.
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