São Paulo, quarta-feira, 12 de agosto de 2009

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Ex-deputado dirigia a 167 km/h, diz laudo

Documento foi anexado ao inquérito policial no Paraná; Fernando Carli Filho é acusado de matar duas pessoas em acidente

Ministério Público terá 15 dias para oferecer denúncia contra acusado, que, em depoimento, disse que não se recordava do acidente

DIMITRI DO VALLE
DA AGÊNCIA FOLHA, EM CURITIBA

O carro conduzido pelo ex-deputado estadual do Paraná Fernando Carli Filho (sem partido) estava a uma velocidade entre 167 km/h e 173 km/h ao atingir o veículo em que estavam os dois jovens que morreram no acidente ocorrido em maio, em Curitiba. É o que mostra o laudo do Instituto de Criminalística do Estado.
O documento foi anexado ao inquérito policial concluído ontem pela Polícia Civil do Paraná. O inquérito foi enviado ao Ministério Público Estadual, que terá 15 dias para oferecer denúncia contra o ex-deputado. Carli Filho foi indiciado sob acusação de duplo homicídio com dolo eventual (quando é assumido o risco de matar).
Em depoimento, Carli Filho tinha dito que não se recordava do acidente. Procurado pela Folha, seu advogado não respondeu aos recados ontem.

Investigação
A investigação policial durou três meses, produziu 668 páginas e ouviu 33 pessoas, entre elas testemunhas que afirmaram ter visto o ex-deputado avançar o sinal vermelho com o carro e atingir o automóvel em que estavam Gilmar Rafael Yared, 26, e Carlos Murilo de Almeida, 20.
Carli Filho estava proibido de dirigir por ter acumulado 130 pontos na carteira de habilitação referentes a infrações de trânsito.
Ele é suspeito de dirigir embriagado no momento do acidente -testemunhas disseram que o viram em um restaurante bebendo vinho minutos antes da colisão, ocorrida na madrugada do dia 7 de maio.

Renúncia
A Assembleia Legislativa do Paraná chegou a iniciar um processo para votar um pedido de cassação do mandato do ex-deputado por quebra de decoro parlamentar.
Carli Filho, cujo pai, Fernando Carli (PP), é prefeito de Guarapuava, optou por renunciar ao mandato. Com isso, ele perdeu direito ao foro privilegiado, mas escapou de se tornar inelegível e poderá se candidatar na próxima eleição, em 2010.
O delegado Armando Braga Neto, que conduziu o inquérito policial, disse que o prazo de 90 dias para concluir as investigações não foi longo.
O advogado de Carli Filho, Roberto Brzezinski Neto, foi procurado ontem pela Folha. Segundo sua assessoria, o advogado estava participando de uma reunião e ligaria de volta, o que não ocorreu até a conclusão desta edição.


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