São Paulo, domingo, 12 de setembro de 2004

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Nem todos os casos precisam de remédio

DA REPORTAGEM LOCAL

Presidente do Conselho Federal de Psicologia, Ricardo Moretzsohn alerta que medicamentos psiquiátricos não servem para resolver conflitos subjetivos, desejos não formulados ou inalcançados. Isso porque algumas pessoas querem, e infelizmente recebem, remédios desnecessários. "Hoje, até pelo interesse da indústria farmacêutica, todo mal-estar foi transformado em algo a ser medicalizado. Só que o mal-estar pertence ao ser humano, como disse Freud. Sempre nos falta algo."
Moretzsohn afirma que algumas pessoas buscam medicamentos para não terem de lidar com os problemas de sua vida. "Estou triste. Qual é o problema? Qual é a estratégia? Não que a medicação seja algo ruim. Há situações em que ela é imperativa. Mas não é possível biologizar tudo."
O psicólogo capacitado pode acolher o paciente e, ao verificar que se trata de um transtorno que exige atendimento médico, reencaminhá-lo, afirma Moretzsohn.
O presidente da Associação Brasileira de Psiquiatria, Marco Antônio Brasil, diz que alguns diagnósticos tornam-se mais freqüentes em razão do boom de estudos na área -caso do distúrbio de déficit de atenção. Como há mais informação, há mais instrumentos para identificar os casos.
Para evitar abusos, diz Brasil, o paciente deve verificar se o profissional tem o título de especialista da associação. Hoje, há 8.000 psiquiatras no país, e a ABP pretende inaugurar em seu site (www.abp brasil.org.br) uma página de orientação ao paciente. (FL)

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