DA REPORTAGEM LOCAL

Em nota enviada à Folha, o laboratório Serono, fabricante de dois dos medicamentos cujos preços, nas distribuidoras, diferem de acordo com o médico que os prescreve, informou desconhecer essa prática.
A empresa alega que a remuneração pela atividade de distribuição "dá-se através da concessão de descontos comerciais sobre o chamado "preço-fábrica", que podem variar, basicamente, em razão do volume negociado com cada distribuidor".
O distribuidor, diz o Serono, "revende os produtos aos pacientes, devendo respeitar a prescrição médica, agregando sua margem de comercialização à estrutura de custos."
"Assim sendo, diferenças de preços entre distribuidores podem ocorrer, da mesma forma que se observam em outros canais de distribuição do varejo farmacêutico, como, por exemplo, nas farmácias e drogarias. Em nenhum caso o preço praticado pelo distribuidor pode ser superior ao chamado "preço máximo ao consumidor", regulado pelas autoridades brasileiras competentes na alçada do Ministério da Saúde."
Na nota, o laboratório não respondeu a duas das questões formuladas pela Folha: se faz acordo com médicos em troca da prescrição e se comercializa seus medicamentos diretamente para algumas clínicas de reprodução.
O laboratório Abbott afirmou que vende os medicamentos diretamente para as distribuidoras e desconhece a prática de descontos diferenciados a médicos.
O laboratório IBSA não respondeu aos contatos.
(CC)

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