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Exército fará treinamento em cidade cenográfica
Área em Campinas será usada para treinar brigada especializada em conflitos urbanos
Local terá casas, bancos, praças, comércios, ruas e até a réplica de uma favela; tropa pode agir também contra o crime organizado
MAURÍCIO SIMIONATO
DA AGÊNCIA FOLHA, EM CAMPINAS
O Exército iniciou a construção em Campinas (95 km de
São Paulo) de uma cidade cenográfica para treinamento de
tropas da 11ª Brigada de Infantaria Leve -especializada em
intervenções de conflitos urbanos com munição não-letal e
com funções para agir como
uma espécie de tropa de choque de elite.
A brigada foi criada por meio
de um decreto assinado pelo
presidente Luiz Inácio Lula da
Silva em novembro de 2004 e,
desde então, realiza treinamentos específicos.
Os soldados e oficiais são
preparados, de acordo com o
Exército, "para atuar cumprindo missões de GLO (Garantia
de Lei e Ordem)". Entre os armamentos utilizados estão balas de borracha, lançadores de
granadas de efeito moral e
bombas de gás lacrimogêneo,
entre outros.
A 11ª Brigada conta ainda
com blindados do tipo Urutu e
Cascavel e o seu efetivo é de pelo menos 4.500 homens.
A tropa poderá atuar também, em ações específicas, contra o crime organizado, o que
inclui a possibilidade de participar de operações contra facções criminosas como o PCC
(Primeiro Comando da Capital), que domina os presídios
paulistas e é responsável pelas
ondas de atentados contra o
Estado iniciadas em maio.
Favela
A cidade cenográfica está
sendo construída na área do
28º Batalhão de Infantaria Leve, no Jardim Chapadão, em
Campinas. O local terá casas,
bancos, praças, comércios, ruas
e até uma imitação de favela.
De acordo com nota oficial
do Centro de Comunicação Social do Exército, "as obras iniciaram em janeiro deste ano,
bem como o treinamento da
tropa que ocorre a cargo do
Centro de Instrução de Operações de Garantia da Lei e da
Ordem".
"A 11ª Brigada de Infantaria
Leve consiste em uma grande
unidade operacional, composta
por outras unidades de combate e de apoio ao combate, preparada para cumprimento da
missão constitucional de Defesa contra ameaça externa", informou a nota.
No entanto, a brigada não pode intervir em um conflito sem
a solicitação do Estado.
Semelhança
"A ênfase é no emprego de armamento e munições não-letais, tais como balas de borracha, lançadores de granadas de
efeito moral e lacrimogêneas,
além de arma de "paint ball" para algumas simulações", informou o Exército.
A mesma brigada já atuou em
2004 na proteção de autoridades de Estados em um encontro promovido pela ONU (Organização das Nações Unidas)
e, recentemente, em ações no
Haiti.
Para o Exército a semelhança
do local de treinamento com o
de atuação garante a "segurança e a eficácia das operações".
"Todo o treinamento realizado sempre busca simular o
mais próximo possível da realidade", diz um trecho da nota
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