São Paulo, sexta-feira, 12 de setembro de 2008

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"Só perguntei se ele sofreria", diz viúva de doador

DA AGÊNCIA FOLHA

Quando via na TV histórias de pessoas à espera de doador para continuar a viver, o policial militar Alan Lad, de Florianópolis, ficava sensibilizado e avisava à família: "Se um dia acontecer algo comigo, podem doar todos os meus órgãos".
Esse dia parecia distante. Segundo a mulher, Marli Aparecida, 40, Lad era "saudável e sem problemas de saúde".
Até que, aos 45 anos, complicações resultantes de um aneurisma cerebral o levaram a um coma. "Foi tudo muito rápido", conta ela. Lad morreu em abril.
Aparecida foi informada ainda no hospital sobre a morte cerebral do marido. Questionada pelo médico se autorizava a retirada dos órgãos para doações, consentiu em um instante. Coração, pâncreas, pulmões, rins e córneas de Lad foram doados.
"Só perguntei se ele sofreria e me disseram que não, que ele seria anestesiado. Ele teria só mais duas horas de vida."
Pouco depois, uma paciente de Blumenau (SC) foi transferida para a capital para receber o coração do policial.
"Dias depois fui com meu filho conhecê-la. Vi em uma tela o coração do meu marido batendo e, quando a abracei, senti que ele estava vivo", conta. "Ela disse que se sentia como um guri, que era como meu marido era. E disse que era como se já conhecesse a mim e a meu filho", diz Aparecida, que completa: "Se [os órgãos] não forem doados, vão apodrecer, não vão servir para nada." (MP E TR)


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