São Paulo, segunda-feira, 12 de setembro de 2011

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Mães perdem a guarda de bebês por causa das drogas

Casos aumentaram nos últimos anos

NATÁLIA CANCIAN
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Na maternidade, Luane (nome fictício) soube que não voltaria para casa com seu bebê. A Justiça decidiu que ela não tinha condições de cuidar do menino, que nasceu com uma infecção grave e precisou tomar antibióticos.
Richard é o quarto filho que Luane "perde" pelo vício em cocaína e álcool. Dos braços da mãe, a criança foi para um abrigo. Desde o nascimento, em 11 de julho, ela não a viu mais. "Não esperava chegar a esse ponto. Agora, evito tudo", diz.
Sua irmã, que já cuida dos outros três sobrinhos, deve ficar com a guarda, o que será decidido em audiência.
A história de Luane é semelhante a de pelo menos 81 mulheres atendidas neste ano em quatro maternidades públicas de São Paulo.
Levantamento da Secretaria Estadual de Saúde, obtido pela Folha, mostra que o número de mães que perderam a guarda dos filhos por conta do vício em drogas aumentou nos últimos anos nestes locais. É a primeira vez que os dados são analisados.
Só na maternidade Leonor Mendes de Barros, considerada a maior do Estado, o serviço social encaminhou 43 casos à Justiça em 2010 -foram 26 em 2009, 15 em 2008 e um em 2007.
O diretor da unidade, Corintio Mariani Neto, diz que há mães que não assumem o vício, mas em alguns casos o problema é detectado já na hora do parto. As crianças nascem prematuras, irritadiças, têm problemas respiratórios e até má-formação.
Segundo ele, só parte das mães quer ficar com o bebê.
O coordenador de Infância e Juventude do Tribunal de Justiça de SP, Antônio Carlos Malheiros, diz que a quantidade de mães que perdem a guarda dos filhos devido às drogas ainda é muito alta.
Para o defensor público especializado em infância Diego de Medeiros, essas crianças deveriam ir inicialmente para outros parentes.


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