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No Japão, cuidado inclui manga postiça
AMARÍLIS LAGE
DA REPORTAGEM LOCAL
Entre as diversas surpresas culturais reservadas a quem troca o
Ocidente pelo Oriente e vice-versa uma chamou especialmente a
atenção da brasileira Hiroko Motomura, 45, ao chegar ao Japão,
três anos atrás. Nas ruas, aessoas usavam roupas com mangas
postiças. Não era uma nova moda, e sim uma proteção contra os
raios do sol.
O cuidado com a pele ia além:
adolescentes não saíam de casa
sem viseiras ou chapéus, senhoras
empunhavam vistosas sombrinhas e o protetor solar era item
obrigatório. Mesmo no inverno.
Tamanha precaução tem, além
da saúde, um motivo estético. No
país, pele alva é sinônimo de beleza. Uma novidade para Motomura que, aos 20 anos, ficava horas
ao lado da piscina, sem utilizar
nenhum tipo de proteção, para
conseguir uma pele bronzeada
-o que, com o tempo, lhe rendeu
uma pele manchada.
Há 15 anos, o marido de Motomura descobriu ter lupus, uma
doença auto-imune que tem como um dos sintomas lesões em
áreas da pele expostas ao sol. Por
orientação médica, passou a usar
filtro solar diariamente.
"Na época, eu me conscientizei
de que precisava cuidar da pele.
Mas, mesmo assim, só usava protetor quando ia para a praia", diz.
Os dois anos em que morou no
Japão mudaram seus hábitos.
Motivada pelo cuidado que os nipônicos dedicam à pele, Motomura passou a utilizar um produto para tirar manchas e, devido ao
efeito abrasivo do creme, não sai
de casa sem passar loção protetora no rosto, nos braços e nos lábios, com um batom especial.
Entretanto ela confia a esses
produtos sua única proteção contra os malefícios do sol.
Embora considere os acessórios
interessantes, ela não adotou o
hábito dos japoneses de também
proteger a pele com sombrinhas e
chapéus -tampouco com as esquisitas mangas postiças.
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