São Paulo, sexta-feira, 12 de outubro de 2007

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37% dos aprovados na 1ª série não sabem ler

Dados referem-se aos alunos da capital e da Grande São Paulo; para a Secretaria de Estado da Educação, situação é "alarmante"

Na 2ª série, o índice dos que não sabem ler e escrever é de 18,1% na cidade de SP; situação é um pouco melhor no interior do Estado

JOSÉ ERNESTO CREDENDIO
DANIELA TÓFOLI
DA REPORTAGEM LOCAL

Dados do Saresp (sistema de avaliação da rede estadual de ensino) 2005 divulgados pela Secretaria de Estado da Educação revelam que 36,6% dos alunos que terminam a primeira série do ensino fundamental na cidade de São Paulo não sabem ler e escrever. Na segunda série, o índice é de 18,1%. Foram avaliados 180.887 alunos de primeira e segunda séries da rede estadual da cidade.
Para efetuar a análise, o Saresp usou o método de "correspondência sonora alfabética" -ouvir uma palavra e conseguir escrevê-la corretamente.
O quadro, considerado "alarmante" pela secretaria, faz parte do estudo que orienta o programa que o governo inicia neste semestre para tentar melhorar os índices de desempenho.
No início da noite de ontem, quando a Folha teve acesso aos dados, não havia ninguém para comentar o resultado, segundo a Secretaria de Educação.
O pior desempenho é dos estudantes da Grande São Paulo, com índices de 36,8% e 18,1%, respectivamente.
Já o interior do Estado alcançou o melhor resultado, com 23,4% e 11,1%. O resultado dos alunos de toda a rede estadual ficou em 31,8% e15,5%.
Na Grande São Paulo, segundo o estudo, 72,8% das escolas estavam em "estado de atenção", pois os alunos de primeira e segunda séries não sabiam ler e escrever ao final do ano. Na capital, 70,2%. No interior, o índice ficou em 39,9%.
Em situação considerada "avançada" estavam 4,9% das escolas da capital, 22,2% da Grande SP e 54,4% do interior.
O comunicado da Coordenadoria de Estudos e Normas Pedagógicas da secretaria faz ainda uma crítica à progressão continuada, um sistema que extinguiu a repetência escolar: "(...) Os ciclos constituíram-se no agrupamento de séries, pois não houve mudanças significativas no tempo, no conteúdo, na avaliação e, principalmente, na organização do trabalho docente e dos grupos de alunos que possibilitassem um novo ordenamento das práticas escolares centradas na aprendizagem de todos os alunos", diz.


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