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37% dos aprovados na 1ª série não sabem ler
Dados referem-se aos alunos da capital e da Grande São Paulo; para a Secretaria de Estado da Educação, situação é "alarmante"
Na 2ª série, o índice dos que
não sabem ler e escrever é
de 18,1% na cidade de SP;
situação é um pouco melhor
no interior do Estado
JOSÉ ERNESTO CREDENDIO
DANIELA TÓFOLI
DA REPORTAGEM LOCAL
Dados do Saresp (sistema de
avaliação da rede estadual de
ensino) 2005 divulgados pela
Secretaria de Estado da Educação revelam que 36,6% dos alunos que terminam a primeira
série do ensino fundamental na
cidade de São Paulo não sabem
ler e escrever. Na segunda série,
o índice é de 18,1%. Foram avaliados 180.887 alunos de primeira e segunda séries da rede
estadual da cidade.
Para efetuar a análise, o Saresp usou o método de "correspondência sonora alfabética"
-ouvir uma palavra e conseguir escrevê-la corretamente.
O quadro, considerado "alarmante" pela secretaria, faz parte do estudo que orienta o programa que o governo inicia neste semestre para tentar melhorar os índices de desempenho.
No início da noite de ontem,
quando a Folha teve acesso aos
dados, não havia ninguém para
comentar o resultado, segundo
a Secretaria de Educação.
O pior desempenho é dos estudantes da Grande São Paulo,
com índices de 36,8% e 18,1%,
respectivamente.
Já o interior do Estado alcançou o melhor resultado,
com 23,4% e 11,1%. O resultado
dos alunos de toda a rede estadual ficou em 31,8% e15,5%.
Na Grande São Paulo, segundo o estudo, 72,8% das escolas
estavam em "estado de atenção", pois os alunos de primeira e segunda séries não sabiam
ler e escrever ao final do ano.
Na capital, 70,2%. No interior,
o índice ficou em 39,9%.
Em situação considerada
"avançada" estavam 4,9% das
escolas da capital, 22,2% da
Grande SP e 54,4% do interior.
O comunicado da Coordenadoria de Estudos e Normas Pedagógicas da secretaria faz ainda uma crítica à progressão
continuada, um sistema que
extinguiu a repetência escolar:
"(...) Os ciclos constituíram-se
no agrupamento de séries, pois
não houve mudanças significativas no tempo, no conteúdo,
na avaliação e, principalmente,
na organização do trabalho docente e dos grupos de alunos
que possibilitassem um novo
ordenamento das práticas escolares centradas na aprendizagem de todos os alunos", diz.
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