|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Mães afirmam que jornada exaustiva de trabalho dificulta brincadeiras
LUISA ALCANTARA E SILVA
DA REDAÇÃO
Excesso de trabalho é a explicação que algumas mães dão
por não brincarem muito com
seus filhos. Depois de uma jornada pesada fora de casa, elas
voltam só à noite, cansadas, e
não agüentam ajoelhar no chão
e encarar uma maratona de bonecas ou carrinhos.
"Não tenho pique mesmo.
Não consigo brincar depois de
um dia de trabalho, com pressão e desgaste", diz Ana Paula
Lomba, 39, gerente bancária.
Ela sai de casa às 7h45 e só volta
por volta das 20h, quando sua
caçula, de cinco anos, já está
quase dormindo. Toma banho e
chama a primogênita, de nove
anos, para ver o "Jornal Nacional" e uma novela. "Sei que
brincar é importante na formação delas, mas, vendo o quanto
eu me esforço, elas aprenderam
a ser responsáveis."
Situação parecida vive a psicóloga Ana Lúcia Funari, 37.
Depois de 12 horas de trabalho
diárias, ela só agüenta deitar na
cama para ver um filme com as
filhas. "Fico lá, tentando ver,
mas sempre durmo", diz. "É o
preço. Estou fazendo o melhor,
que é dar qualidade de vida."
A também psicóloga Patrícia
Proença, 32, escolheu o outro
lado da moeda. "Abri mão de
ter mais dinheiro pela minha filha", diz ela, que se encaixa nos
14% que preferem brincar com
os filhos a assistir à TV.
"Dedico 100% de mim à minha filha." E também aos filhos
das amigas, já que Patrícia costuma se reunir com algumas
amigas-mães: "Vamos ao parque ou brincamos com os nossos filhos aqui em casa".
Amiga de Patrícia, Cristina
Rocha, psicóloga, pediu afastamento do trabalho quando seu
caçula nasceu para poder cuidar dele e da filha maior. Mas
ela assume: "É muito cansativo.
É até mais pesado do que trabalhar fora. Filho é 24 horas por
dia, sete dias por semana".
Texto Anterior: Pais preferem TV a brincar com filhos, diz estudo Próximo Texto: Estudo ouviu 1.074 famílias em 77 municípios Índice
|