São Paulo, sexta-feira, 12 de outubro de 2007

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Mães afirmam que jornada exaustiva de trabalho dificulta brincadeiras

LUISA ALCANTARA E SILVA
DA REDAÇÃO

Excesso de trabalho é a explicação que algumas mães dão por não brincarem muito com seus filhos. Depois de uma jornada pesada fora de casa, elas voltam só à noite, cansadas, e não agüentam ajoelhar no chão e encarar uma maratona de bonecas ou carrinhos.
"Não tenho pique mesmo. Não consigo brincar depois de um dia de trabalho, com pressão e desgaste", diz Ana Paula Lomba, 39, gerente bancária. Ela sai de casa às 7h45 e só volta por volta das 20h, quando sua caçula, de cinco anos, já está quase dormindo. Toma banho e chama a primogênita, de nove anos, para ver o "Jornal Nacional" e uma novela. "Sei que brincar é importante na formação delas, mas, vendo o quanto eu me esforço, elas aprenderam a ser responsáveis."
Situação parecida vive a psicóloga Ana Lúcia Funari, 37. Depois de 12 horas de trabalho diárias, ela só agüenta deitar na cama para ver um filme com as filhas. "Fico lá, tentando ver, mas sempre durmo", diz. "É o preço. Estou fazendo o melhor, que é dar qualidade de vida."
A também psicóloga Patrícia Proença, 32, escolheu o outro lado da moeda. "Abri mão de ter mais dinheiro pela minha filha", diz ela, que se encaixa nos 14% que preferem brincar com os filhos a assistir à TV.
"Dedico 100% de mim à minha filha." E também aos filhos das amigas, já que Patrícia costuma se reunir com algumas amigas-mães: "Vamos ao parque ou brincamos com os nossos filhos aqui em casa".
Amiga de Patrícia, Cristina Rocha, psicóloga, pediu afastamento do trabalho quando seu caçula nasceu para poder cuidar dele e da filha maior. Mas ela assume: "É muito cansativo. É até mais pesado do que trabalhar fora. Filho é 24 horas por dia, sete dias por semana".


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