São Paulo, segunda-feira, 12 de outubro de 2009

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

TRAJANO CORRÊA DE GODOY JÚNIOR (1943-2009)

Um advogado e sua capacidade de fazer amigos

ESTÊVÃO BERTONI
DA REPORTAGEM LOCAL

Cadê o Trajano? Quando ele sumia, ninguém da família tinha dúvidas: ele estava fazendo amigos. Trajano Corrêa de Godoy Jr, advogado, era do tipo que adorava conversar com qualquer um na rua, nas festas, onde fosse.
Seu jeitão o tornou uma pessoa querida, conta o filho Alexandre, que é engenheiro. Ele diz ter ficado impressionado ao perceber, recentemente, a enorme quantidade de amigos deixados pelo pai.
São-paulino, gostava de tirar sarro do vizinho e amigo corintiano. "Quando o São Paulo fazia gol, ele punha as caixas de som viradas para a casa do vizinho e aumentava o volume", lembra o filho.
Formado em direito no fim da década de 60, trabalhou na estrada de ferro Sorocabana, passou pelas secretarias estaduais de Transporte e Cultura de SP e pela Fepasa, onde se aposentou, nos anos 90.
Era muito preocupado com o futuro dos filhos, a quem dizia, na década de 80, durante as crises econômicas que atingiram o país: "Tenha nem que seja uma pedra, porque é sua, você faz o que quiser e ninguém reclama".
Quatro anos atrás, uma marquinha no peito o preocupou -era um melanoma, que foi se espalhando. Nos últimos dias, no hospital, ao ser questionado onde gostaria de estar, lembrou de um local que visitara e gostara. "Numa praia do Caribe", respondeu.
Morreu terça, aos 66, de câncer. A missa de sétimo dia será hoje, às 18h, na capela de Santa Cruz, no colégio Santana, onde ele e seus dois filhos estudaram. Teve três netas.

coluna.obituario@uol.com.br


Texto Anterior: Mortes
Próximo Texto: Kassab pede estudo para demolir 14 Bis
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.